1. No mundo inteiro vão tendo lugar reações diversas ao atual estado da pandemia. Por um lado, muitos são os países que desenvolvem esforços para vacinar segmentos mais fragilizados da população com uma «dose de reforço», numa tentativa de assegurar a sua imunidade face aos avanços do coronavírus. Por outro, os estados-membros da OMS assinaram o que ficou conhecido como o «acordo pandémico», um documento que prevê um conjunto de medidas a adotar em casos de pandemia no futuro. Estas ações são promovidas num contexto de desequilíbrio no qual muitos países, nomeadamente do continente africano, têm taxas de vacinação da população muito baixas, o que gera uma situação de «injustiça e imoralidade», como concluiu o secretário-geral da ONU, António Guterres. Esta situação poderá inclusive ser propícia ao desenvolvimento de novas variantes do vírus, cuja ação é imprevisível, como é o caso da ómicron, que tem motivado a adoção de medidas extremas por parte de diversos países europeus. Exemplo disso foi o cancelamento de voos oriundos da África austral, uma situação que António Guterres classificou como um «apartheid de viagens». As quatro expressões assinaladas constituem as novas entradas em A covid-19 na língua.
2. A atualização do Consultório traz resposta a questões como a classificação da expressão «que tal», o uso do advérbio nomeadamente ou ainda o valor da modalidade presente na frase «Duvido que chova.» Explica-se também por que razão a construção «vamos ir» configura um afastamento da norma e explica-se a diferença entre os termos operado e cirurgiado. Por fim, merece a nossa atenção a análise do provérbio «Cobra que quer morrer à estrada vai ter» e da expressão «em adição».
3. A comemoração do centenário do nascimento do Nobel português José Saramago deu mote à crónica da professora Carla Marques no programa Páginas de Português, da Antena 2, onde explora os significados do nome saramago (aqui transcrita).
4. O jornal digital Mensagem de Lisboa apresenta um novo projeto: uma secção escrita e falada em crioulo de Cabo Verde e da Guiné-Bissau. A iniciativa – concretizada pela primeira vez no jornalismo português – é o pretexto da crónica do jornalista Ferreira Fernandes, em homenagem aos já falecidos cantor Bana (1932-2013) e médica Helena Lopes da Silva (1949-2018), ambos cabo-verdianos (texto aqui transcrito com a devida vénia). Referência ainda para a entrevista em crioulo feita ao músico Dino D'Santiago, que apadrinha a ideia, assim como para o Dia Nacional da Morna, Património Cultural Imaterial da Humanidade, celebrado nesta data.
Cf. A origem do crioulo e a sua importância em Lisboa
5. A Porto Editora divulgou as 10 palavras candidatas a Palavra do Ano. São elas: apagão, bazuca, criptomoeda, mobilidade, moratória, orçamento, "podcast", resiliência, teletrabalho e vacina. A votação decorre até 31 de dezembro e a palavra eleita será conhecida no início de janeiro de 2022.
6. Nos programas da rádio pública portuguesa, destacamos:
♦ Língua de Todos, da RDP África, que conta com a presença da professora Vanessa Amaro para falar sobre o ensino de língua portuguesa em Macau (sexta-feira, 3/12/2021, às 13h20*);
♦ Páginas de Português, da Antena 2, que convida o professor António Branco para abordar a questão da Era Digital e da construção de corpora para as línguas pluricêntricas (domingo, 5/12/2021, às 12h30*);
♦ Palavras Cruzadas, programa de Dalila Carvalho para a Antena 2, que aborda o tema da linguagem dos astros, tendo como convidada a astróloga Catarina Duarte Antunes, na semana de 6 a 10 de dezembro, às 09h50 e às 18h20*.
* Hora oficial de Portugal continental.