Diversidades - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos que versam sobre as variedades nacionais e regionais do português.
O estranho caso da Moldávia e da sua língua
Língua, identidade e política

«A língua oficial da Moldávia é uma variedade da língua romena, ainda insuficientemente codificada, cuja variação é mais significativa a nível fonético e fonológico e a nível lexical. A denominação da língua tem sido fonte de controvérsia.» Crónica da linguista Margarita Correia publicada no Diário de Notícias de 18 de julho de 2022, tendo como tema a Moldávia, a sua diversidade cultural e a sua situação linguística.

Neutralidade e política linguística
O caso finlandês

«A política linguística [da Finlândia] reflete a neutralidade geral: favorece o multilinguismo e o respeito pela língua materna de cada um, incluindo das comunidades imigrantes, cujas crianças têm o ensino da sua língua materna, como língua de herança, assegurado pelo sistema público» – assinala a linguista e professora univesitária portuguesa  Margarita Correia, em crónica publicada no Diário de Notícias de 11 de julho de 2022, a respeito da contextualização histórica da política linguística atualmente adotada pela Finlândia.

Matrículas de carros
Impostos internacionalmente em caracteres latinos

Segundo a Convenção sobre Trânsito Rodoviário as matrículas dos automóveis – compostas por letras e números – devem ser em carateres maiúsculos latinos. Uma padronização compreensível, mas que contende claramente com países árabes ou dotados de alfabeto cirílico, como são os casos da Bulgária ou da Rússia, por exemplo.

 Texto da autoria do tradutor português Vítor Lindegaard, publicado no seu blogue Travessa do Fala-Só, com a data de 6 de julho de 2022. Escrito segundo a norma ortográfica de 1945.

Da literatura à política linguística
Divagações de uma linguista que gosta de ler

A releitura de O Louco do Czar, do escritor estónio Jaan Kross (1920-2007), suscitou uma  "viagem"* à história linguística deste país báltico, 16.ª República Socialista e Soviética até 1991 e, desde 2004, membro da União Europeia e da OTAN

 Crónica da linguista e  professora universitária portuguesa Margarita Correia, publicada no jornal Diário de Notícias, de 5 de julho de 2022.

«Há um vírus que está a matar o galego»
Entrevista com escritor e professor universitário Carlos Quiroga

«O mercado dos livros, o escrever para o público, no caso galego é servir uma norma, servir uma ideologia que está a acabar com a língua, com uma cultura que se exprime em galego.» – opina o escritor Carlos Quirogareintegracionista e defensor do «galeguismo histórico» na sua ligação a Portugal, numa entrevista conduzida pelo jornalista Artur Cassiano e publicada no Diário de Notícias em 18 de junho de 2022. O entrevistado, que é professor na Universidade de Santiago de Compostela, fala da sua atividade literária e tece algumas considerações sobre o futuro da língua galega.

 

Há línguas em que é mais fácil brincar com as palavras?
Os trocadilhos do francês

«Venho sugerir que bem pode haver línguas em que é mais fácil que noutras «brincar» com a própria língua: fazer humor e literariedade. E, mais concretamente ainda, sugiro que é provável que em francês seja mais fácil fazer trocadilhos e rimar [pelo menos, no sentido em que entendemos rima hoje em dia na nossa cultura] que nas outras línguas que conheço.»

Apontamento do tradutor Vítor Santos Lindgaard publicado no blogue Travessa do Fala-Só em 16 de junho de 2022, acerca de certos jogos de linguagem da língua francesa.

A letra C e outras histórias de letras: <br> uma  viagem por vários alfabetos
Da Dinamarca à Geórgia, ida e volta

«Nos países onde não se usa o alfabeto latino (BulgáriaGeórgia e Grécia), os nomes das localidades aparecem quase sempre na escrita local e numa forma latinizada: normalmente, adota-se uma transcrição/transliteração "internacional", que eu creio, de facto, se baseia na tradição inglesa (CH para [tch], SH para [ch], KH para /x/, etc.)» – observa* o tradutor Vitor Lindgaard, dando conta da diversidade de alfabetos que encontrou e decifrou numa viagem motorizada de ida e volta entre a Dinamarca e a Geórgia.

texto originalmente publicado em 15 de junho de 2022 no blogue Travessa do Fala-Só.

Estudos com macacos ajudam a desvendar <br> a evolução  da linguagem humana
Compreensão do desenvolvimento da capacidade de fala

«Alguns cientistas agora acreditam que a evolução das nossas capacidades linguísticas são mais percetíveis nos primatas vivos do que anteriormente se pensava» – escreve* o jornalista irlandês Anthony King, especialista em temas científicos, a respeito da investigação sobre a comunicação vocalizada entre diferentes espécies de símios, com vista a compreender a génese da linguagem articulada dos seres humanos.

* Artigo originalmente publicado na revista Horizon em 26 de maio de 2022 e incluído em tradução no Jornal de Notícias em 14 de junho de 2022.

E se as línguas regionais se tornassem obrigatórias na escola?
Uma medida irreal na França mas aplicada noutros países europeus

«Tive [...] o sonho de ver a França, um país historicamente multilingue, finalmente tomar as medidas que permitiriam que as diferentes línguas do nosso território nacional vivessem em harmonia

Apontamento do jornalista francês Michel Feltin-Palas publicado em L'Express em 31 de maio de 2022 sobre a possibilidade de as línguas regionais terem em França o mesmo tipo de reconhecimento que outras têm em diferentes países europeus. Disponibiliza-se aqui a tradução do texto francês original.

Na imagem, placa toponímica em que, por baixo da forma francesa, aparece a forma occitana La Chapela de Gresinhac. Recorde-se que o nh e o lh do português têm origem na escrita do occitano (também chamado provençal), que na Idade Média contava com nh e lh entre os seus grafemas.

Os neoanalfabetos espanhóis
A falta de competências culturais e linguísticas dos universitários em Espanha

«No que diz respeito aos conteúdos culturais ou enciclopédicos, os alunos são, em geral, [...] autênticas tabula rasa. Por outro lado, e isso é ainda mais grave, os novos alunos chegam à universidade sem o conhecimento instrumental absolutamente necessário para aproveitar a sua permanência na universidade.»

Artigo intitulado Los neoanalfabetos españoles, do  linguista Manuel I. Cabezas González, criticando a situação que se vive nas universidades espanholas, onde os alunos revelam não deter as competências linguísticas e culturais requeridas, devido a uma série de fatores, entre os quais se contam, segundo o autor, as várias reformas educativas promovidas em Espanha e o acrítico consumo acrítico de conteúdos digitais, com reflexos cognitivos nefastos. Texto publicado em espanhol no jornal Diario 16 em 29 de maio de 2022 e aqui traduzido.