Sobre Macau, atualmente uma região administrativa especial da República Popular da China, foi-se fazendo a ideia de o número de falantes de português ter pouca expressão, apesar dos mais de quatrocentos anos de história com Portugal (cf. Mário Filipe, "Macau e a situação futura da língua portuguesa", Revista Camões, n.º 7, 1999, pp. 102-106). Mas, para nada ser como dantes, a língua de Camões agora é moda e prolifera naquele território: com efeito, a comunicação social revela que o crescimento económico do Brasil, de Angola e de Moçambique tem levado os chineses a interessarem-se cada vez mais pelo português, de tal maneira que as autoridades incentivam a transformação de Macau num centro de excelência para aprendizagem do idioma, com grande oferta de cursos por parte de entidades públicas e privadas. O facto é salientado por Cármen Amado Mendes, investigadora da Universidade de Coimbra e autora do livro Portugal, China e as Negociações de Macau (publicado em inglês), considerando sem sentimentalismo: «enquanto houver interesse da China no mercado lusófono, a língua e o legado lusófono mantêm-se em Macau».
Em Angola, a língua cresce e desperta dúvidas. Por isso, a série Mambos da Língua – o tu-cá-tu-lá do português de Angola, produzida pela Rádio Nacional de Angola, com a colaboração do Ciberdúvidas da Língua Portugesa, propõe apontamentos diários de casos mais problemáticos de adequação vocabular, de concordâncias defeituosas e de pronúncias menos cuidadas. Neles estão incluídos, também, termos das línguas nacionais entrados no português coloquial de Angola suscetíveis de idêntico grau de menor rigor. Nos 16.º e 17.º episódios, pergunta-se: qual a diferença entre crer e querer? Diz-se «meia confusa», ou «meio confusa»?
No consultório, esclarecem-se questões relacionadas com a perda de ditongos nos dialetos meridionais de Portugal, a ortografia das eliminatórias de um campeonato e as regras de concordância.
Além de disponibilizarem materiais diversificados para o ensino e para a aprendizagem do português (língua materna e não materna), a Ciberescola da Língua Portuguesa e os Cibercursos organizam cursos individuais para falantes estrangeiros (Portuguese as a Foreign Language). Mais informação no Facebook e na rubrica Ensino.
Atender ao apelo SOS Ciberdúvidas é ajudar a viabilização deste serviço gracioso e sem fins lucrativos, há 17 anos dedicado aos mais diversos temas da nossa língua comum. Antecipadamente gratos pelos contributos que forem enviados.