Teolinda Gersão, na réplica a Maria Helena Mira Mateus, insurge-se contra o saber e o poder dos linguistas: «Vivemos há décadas no enorme equívoco de que "os linguistas é que sabem, por isso o poder é deles." (O que te deve parecer tão óbvio, que nem dás conta da imensa arrogância do teu artigo). Mas é altura de o país – se assim quiser – dizer basta.»
Talvez poucas áreas científicas tenham ganhado tanta antipatia em Portugal como a linguística – o que só por si daria um estudo linguístico. Vale a pena, por isso, antes de avançar para arena, procurar saber um pouco, ainda que superficialmente, sobre o que andam a fazer os linguistas. (Apresenta-se abaixo a tradução livre dos slides principais.)
Sabes, há dois tipos de linguistas
Tipo 1: Os linguistas que falam muitas línguas
e que adquirem frequentemente protagonismo na ficção científica.
Tipo 2: O cientista da língua.
Nós estudamos a pronúncia,
estudamos a escrita,
estudamos palavras e histórias de palavras,
estudamos línguas antigas,
estudamos novas formas de comunicação,
estudamos o discurso do professor,
e a escrita dos alunos,
estudamos a comunicação bem sucedida,
e a menos bem sucedida.
A maioria dos linguistas
não é composta por nazis da língua.
Pensem em nós mais como hippies da língua.
Nós somos aqueles que ficam mesmo excitados quando nos debruçamos sobre um p aspirado, ou sobre a história de uma palavra, ou sobre o uso de "Dude" (no inglês) como uma forma neutra usada em cumprimentos.
MESMO EXCITADOS
Portanto, dê um abraço ao linguista.
Ele, provavelmente, vai precisar.