Entre defensores e detratores da nova ortografia, muitas vezes se fala da unidade ortográfica que o Acordo Ortográfico (AO) traz ou não traz. Não obstante, convém recordar que a nem sempre consultada Nota Explicativa (Anexo II, secção 2) do texto publicado em Portugal em 1991 encara não uma unificação absoluta, mas, sim, uma «versão menos forte» de textos normativos anteriores, «uma versão de unificação ortográfica que fixe e delimite as diferenças actualmente existentes e previna contra a desagregação ortográfica da língua portuguesa». No essencial, para que a língua portuguesa deixasse de ter duas ortografias oficiais, como acontecia até à aprovação da atual reforma pelos oito países da CPLP, mas apenas um corpo de normas ortográficas, capaz de abarcar as variações nacionais inevitáveis em todas as línguas transcontinentais.
Justamente a propósito das finalidades da nova ortografia, as Controvérsias voltam a assinalar mais uma posição neste debate aceso: em texto originalmente publicado no jornal Público e com o título "A falsa unidade ortográfica", Maria Regina Rocha, consultora do Ciberdúvidas e do programa televisivo Cuidado com a Língua!, contesta que o AO consiga uma união ortográfica efetiva. Releve-se ainda, na mesma rubrica e em nota aposta neste dia ao texto em apreço, um breve balanço do estatuto da aplicação do AO em Portugal, em especial na comunicação social e em organismos do Estado.
Sobre como a grafia é símbolo e lugar de investimento afetivo, com os seus encontros e clivagens, o Nosso Idioma propõe a leitura de "Distinção", um poema de Carlos Drummond de Andrade, autor da língua portuguesa, já clássico porque paradoxalmente atual; e, no consultório, comenta-se a correção do uso de coleta e dessubscrever. No Facebook, disponibiliza-se o registo áudio de alguns destes conteúdos.
A azulejaria portuguesa é o tema principal do 2.º programa da nova série do magazine Cuidado com a Língua! (8.ª), emitido na RTP 1, no dia 21 de janeiro, pelas 22h30*. Fala-se de termos que nos chegaram do árabe num cenário único: o esplendoroso Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa.
*Na RTP 1, repetição aos domingos, às 11h00 (hora de Portugal continental). Também, na RTP Internacional e na RTP Internacional Ásia, aos sábados, às 19h45, na RTP África, aos domingos, às 11h00, na RTP Internacional América às sextas, às 4h45, na RTP Mobile, às segundas, às 22h30 (hora de Portugal continental).