Em período de férias até 1 de setembro, deixamos aqui o registo de cinco novos textos colocados no Ciberdúvidas desde este dia:
• Na rubrica O Nosso Idioma, a crónica semanal do jornalista angolano Edno Pimentel, publicada no semanário "Nova Gazeta" de 7/08, sobre os usos do português no seu país. Desta feita, à volta da deficiente conjugação do verbo corrigir – e logo por quem (e onde) menos se esperaria...
• Ainda de Angola, no espaço Lusofonias, respigámos do portal Rede Angola uma reflexão sobre o estado do ensino atual das principais línguas nacionais do país. Em complemento, recuperámos um estudo sobre a mesma temática, da autoria do jornalista e investigador Sebastião Coelho (1931-2002): Língua Oficial e Línguas Nacionais.
• De Portugal, no Pelourinho, ficam três contributos críticos da utilização menos cuidada do idioma nacional na imprensa portuguesa: Uma desmarcação mal demarcada e Amarei-te... nunca!
«Maioria dos professores deu erros de português» noticiaram os jornais portugueses, reportando a prova de avaliação a que foram submetidos os docentes contratados no ensino público com menos de cinco anos de serviço. Logo se leu e ouviu: «Os professores não sabem escrever ou ignoraram Acordo Ortográfico?». E, se sim, estariam eles no seu direito (e daí, alegadamente, a percentagem elevada de erros ortográficos assinalados1)? E acaso a pontuação tem alguma coisa que ver com o Acordo Ortográfico? Mais: entre um erro ortográfico e outro de sintaxe, qual será o mais penalizador na aquilatação do domínio básico da língua? Vale a pena acompanhar o que responderam, no jornal "Público", João Costa, professor da Universidade Nova de Lisboa e antigo presidente da Associação Portuguesa de Línguística, e Paulo Feytor Pinto, ex-presidente da Associação de Professores de Português. Aqui e, com posteriores desenvolvimentos, também aqui.
1 A Prova de Avaliação de Conhecimento e Capacidades aos candidatos à docência no ensino básico e secundário em Portugal [ver aqui] implicava, numa das partes, «escrever um bom texto». Segundo os dados divulgados pelo Gabinete de Avaliação Educacional citados pelo jornal "Público", 62,8% das respostas acusaram um ou mais erros ortográficos; 66,6% um ou mais erros de pontuação; e 52,9% um ou mais erros de sintaxe.
Duas sugestões finais:
• Os programas Língua de Todos e Páginas de Português* emitem a segunda parte de um apontamento com o catedrático jubilado da Faculdade de Letras de Lisboa Ivo Castro, sobre a história da língua portuguesa.
* Língua de Todos (sexta-feira, 8/08, às 13h15, na RDP África; com repetição ao sábado, depois do noticiário das 9h00); Páginas de Português (domingo, 10/08, às 17h00, na Antena 2). Hora oficial de Portugal continental, ficando ambos os programas disponíveis também via Internet, nos respetivos endereços na página oficial da Rádio e Televisão de Portugal.
• Vamos Falar Português (vol. 1), livro escrito por Anna Claudia Ramos e Susanna Florissi e ilustrado pela Mauricio de Sousa Produções, começa a ser distribuído no mercado editorial brasileiro, na primeira quinzena de agosto. Destinado ao público de PLH – Português como Língua de Herança –, com uma linguagem adequada para crianças de 7 a 11 anos de idade, os seus promotores farão o seu lançamento oficial na 23.ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.