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Pelourinho // Mau uso da língua nos media

Como (não) publicar erros gramaticais

O verbo haver e os seus tratos de polé

É das lições mais básicas do português sem erros "de palmatória: o verbo haver no sentido de «existir» não tem sujeito – razão por que se conjuga somente na terceira pessoa do singular.  Logo, mesmo quando acompanhado pelo verbo ir – ou de qualquer outro auxiliar –, no mesmo sentido, a regra mantém-se. Assim, "vão haver" falências sim, se não soubermos que o correto é «vai haver»...

P.S. – Como sempre, nestes casos de registo  escrito, fica a dúvida da verdadeira autoria: se de quem a frase foi atribuída – o ex-ministro Miguel Poiares Maduro — ou se  foi de quem transcreveu  a entrevista do gravador. E mesmo que o erro tenha sido cometido oralmente pelo entrevistado, mandam os procedimentos jornalísticos que o deslize seja sempre corrigido na versão publicada. A não ser, claro, que, propositadamente, a intenção seja mesmo apontá-lo. Faltou então a sinalização clara, como mandam também as regras quando se expõem erros gramaticais desta monta, com o conhecido sic (sic erat scriptum), entre parêntesis reto.

 

José Mário Costa/Sara Mourato

Cf. ‘À muito tempo que não te via’, ‘hades’ cá vir. Estamos a dar mais erros de português?

ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa