Acordo Ortográfico - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Questões relativas ao Acordo Ortográfico.
Babel e outras confusões

O disposto no Acordo Ortográfico, quanto às grafias facultativas, «reintroduz no sistema ortográfico português a situação babélica a que 1911 veio pôr cobro» (Ivo Castro e Inês Duarte, A Demanda da Ortografia Portuguesa, p. 34).

I. Sobre o que se disse num Prós e Contras da RTP 1

A `legitimidade´ do novo Acordo está no facto de que todos os países interessados (sete na altura) o assinaram. A `legitimidade´ de poder entrar em vigor está no facto de que concordaram que só três o ratificassem. Como já quatro o fizeram, estes podem `legitimamente´ decretar que está em uso nos respectivos países quando entenderem. Todos os argumentos contra são enganadores

Manuel Alegre garante que não votará a favor do Acordo Ortográfico. O protocolo é debatido na Assembleia da República a 15 de Maio [de 2008], e Alegre assegura que não cumprirá a orientação do PS. «Posso votar contra, abster-me ou não votar, estou dividido. Admito tudo menos votar a favor, por aquilo que disse e escrevi, pelas dúvidas que tenho, e porque há um património que temos de preservar», diz ao ...

Se Portugal e o Brasil têm o direito de possuírem ortografia própria, por que razão é que Angola, Moçambique e os outros países lusófonos também não a hão-de ter, até ficarmos «orgulhosamente sós»?

E qual é a língua que resiste a oito ortografias?

Os poderosos gostam de dizer que os outros não são «os donos» das coisas sobre as quais eles decidem. É redundante, e um bocadinho estúpido, e, precisamente por isso, funciona — pelo menos intimida. Os escritores, por exemplo, não são «os donos» da Língua — e não se vai cancelar um acordo ortográfico só pelo amor serôdio que alguns escribas dedicam a consoantes mudas e outras chinesices (por alguma razão o Prós e Contras que a RTP dedicou [no dia 14 de...

Temos fundadas dúvidas de que os diversos debates realizados não têm esclarecido a opinião pública sobre a utilidade e urgência do Acordo Ortográfico.

Sobretudo porque têm insistido em duas falsas questões:

1.ª — Alguns querem emendar o texto do Acordo por julgarem a sua opinião mais científica que a da Comissão que o negociou no Rio: Lindley Cintra, Malaca Casteleiro, Costa Ramalho, Helena Rocha Pereira, Maria de Lurdes Belchior e Fernando Cristóvão, pela parte portuguesa, e em...

Das declarações prestadas ultimamente a propósito do Acordo Ortográfico que por aí se discute, nenhuma terá sido tão clara como a que foi proferida (numa óptica favorável) pelo embaixador Seixas da Costa, em entrevista ao PÚBLICO e à Rádio Renascença. Disse ele: "Temos de olhar para a CPLP como uma comunidade relativamente atípica porque é a única comunidade linguística em que a potência mais importante não é a antiga potência colonial." Ou seja, o acordo é sobretudo um instrumento político e...

Por Rui Ramos

Já venho tarde, mas não queria deixar de saudar a boa nova. Não me refiro à baixa do IVA, anunciada pelo ministro das Finanças, mas à nossa "expansão", prevista pelo ministro da Cultura. É verdade: vamos expandir-nos. Está para chegar um Portugal maior. Talvez a sua população e riqueza até venham a diminuir, mas que importa? Temos uma arma secreta para conquistar o mundo: aquela que Fernando Pessoa insinuou maliciosamente ser a "pátria" dele — a língua portuguesa. É o que nos prometem os cren...

Quando se lê cuidadosamente os documentos e artigos dos defensores da unificação ortográfica fica-se com uma sensação kafkiana. Algo está profundamente errado. Os verdadeiros motivos que levam algumas pessoas a lutar há anos pela unificação ortográfica por via legislativa não podem ser os motivos que são explicitamente formulados. Vejamos porquê.

Num momento em que a Europa perde relevância a favor de novas potências como a Índia ou a China, resta-lhe sempre o pedigree conferido pela antiguidade e requinte da sua civilização e costumes. No caso português, e no que toca à língua, esse pedigree pode ver-se nas consoantes mudas, semelhantes a certas atitudes de cavalheirismo que, embora já não façam sentido, funcionam como um ornamento na lapela daqueles qu...