Na floresta da água negra
Para que eu te traduza a majestade rude,
Mas de uma forma tal, precisa e manifesta,
Que demonstre o poder da tua juventude,
A que hei-de exactamente igualar-te, ó floresta?
Só posso comparar-te à língua portuguesa:
Porque ela é que possui os tesouros da tua
Basta, e brava, e brutal, e bárbara beleza,
Que a língua mãe, na terra virgem, perpetua!
Fonte
Do "Verão", Santos, 1917, pág. 55, in "Paladinos da Linguagem", 3.º vol., Aillaud e Bertrand, Lisboa, 1923.