DÚVIDAS

ARTIGOS

Antologia // Portugal

Os vínculos timorenses


Praia presa, adiantada
no mar, no longe, no círculo
de coral que o mar represa.
Praia futura invocada.

Timor ressurge das águas,
praia futura invocada.

Molho o meu sangue na alma
da bandeira que mais prezo,
porque tenho nela a voz
da minha candeia acesa.

Sou transparente ao luar
da minha candeia acesa.

Senhor da terra, das águas,
do ar e dos milheirais.
Senhor Mãe e Senhor Pai,
dai-me um desejo profundo.

Que eu seja senhor de mim!
Dai-me um desejo profundo.

De monte a monte, o meu grito
soa, soa, como voz
de um eco do infinito
ecoando em todos nós.

Timor cresce como um grito
ecoando em todos nós.

«A BOCA EMUDECE, A VOZ APAGA-SE»

 

Fonte in "Um Cancioneiro de Timor", Editorial Presença, Lisboa.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa