Lusofonias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos que versam sobre política de língua.

Já que, no amável convite para participar nesta iniciativa do Congresso Internacional de Literaturas Africanas (convite que muito agradeço e iniciativa que muito louvo), havia uma alusão explícita e simpaticamente provocadora ao meu opúsculo intitulado Para uma Crítica da Razão Lusófona: Onze Teses sobre a CPLP e a Lusofonia (Edições Universitárias Lusófonas, 2.ª Ed., 2002), será também com uma tese (disse uma, não onze, tranquilizem-se!), decerto menos simpaticamente provocadora, que ...

Apesar das aparências, as questões da língua portuguesa não deixam toda a gente insensível. Na quarta-feira, veio ter comigo um camarada da «Única» que, rindo, me mostrou o modo como na "Focus" se escreve slogan: slôgane. Disse-lhe que já tinha visto o barbarismo, ou a barbaridade, pelo menos uma vez. «E já sabes do ferribote?», replicou. Não, respondi. «Vem no dicionário.»

Não foi difícil adivinhar em que dicionário. Lá está, pág. 1728 do volume I: «ferribote .... s. m. (do ingl. ...

Neologismos de TV

As Televisões atiram-nos, com toda a naturalidade, umas palavras arrevesadas, feiíssimas, a substituir outras simples, limpas, enraizadíssimas na linguagem de todos os dias. Exemplo: numa reportagem do Telejornal da RTP, sobre uma manifestação de bombeiros que reivindicavam mais meios emitida há tempos, dizia-se isto: "As críticas são todas direccionadas ao presidente da Câmara de Lisboa." Porque é que as críticas hão-de ser  ...

Uma questão de estratégia geopolítica

«Mais que projecto ou questão cultural, a Lusofonia é, obviamente, um projecto ou uma questão linguística e, embora talvez menos obviamente, também e até sobretudo um projecto ou uma questão de estratégia geopolítica

«Foi você que pediu um bom título?» Intitula-se assim o livro que Dinis Manuel Alves, jornalista, publicou na Quarteto. Não o li nem o vi; soube do iminente lançamento no dia em que um ultimato não britânico me fez saber que teria de entregar esta crónica mais cedo do que julgava possível, por razões técnicas (ou futebolísticas segundo rumores não confirmados mas, se calhar, bem verdadeiros).

O português falado pelo presidente do Brasil levanta debate sobre a influência da oralidade no idioma culto e no ensino de gramática nas escolas

Na última campanha eleitoral, parece que nenhum candidato criticou outro pela indigência formal do discurso ou por supostos erros gramaticais, embora tivesse havido abundantes escorregões nas falas de improviso de todos eles. Escorregões em relação à língua culta, claro. Nas gravações dos programas eleitorais, no entanto, havia equipes filtran...

Situa-se a lusofonia na convergência de várias dinâmicas que a História lusa tem despertado ao longo dos séculos: a das utopias de Vieira, Sílvio Romero, Pessoa, Agostinho da Silva e muitos outros, e a dos factos e situações criadas a partir da colonização portuguesa e das opções livres partilhadas pelos novos países que reafirmaram a língua portuguesa como sua língua materna, oficial ou segunda.

Na Galiza se digladiam ainda duas posições quanto à normalidade da língua portuguesa do povo galego lusófono: uma lusófona/lusógrafa e outra hispanófona/hispanógrafa; o ditador Franco, antes de falecer, deixou instituída a monarquia na pessoa do chefe de Estado Juan Carlos de Bourbon e, daí, se derivaram influências nefastas para a normalização das línguas não castelhanas do Estado espanhol: português da Galiza, basco, catalão.

A última frase de um texto transcrito pelo Ciberdúvidas é «E todos têm razão» (1). Frase essa que me faz reflectir muito sobre as discussões ininterruptas que tenho presenciado ou de que tenho notícia nos últimos tempos. Discussões a propósito, precisamente, da propriedade de quem fala e como fala o Português e da razão que seria um atributo distribuído com parcimónia aos falantes da língua e, apenas, a alguns falantes.

Quando soube pelo "Expresso" de sábado que a nossa mascote para o Euro'2004 é «um rapaz de cabelo espetado, com ar de reguila, e de nome Quinas» fiquei ligeiramente intranquilo. Apesar de o cabelo espetado repelir a possibilidade de o reguila usar o bivaque do Chefe de Quina da antiga Mocidade Portuguesa, o nome é demasiado marcante. A principiar pelas quinas da nossa bandeira.