Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

«[…] agora chegou a hora de o enfrentarmos  de frente […]»

Bom dia, Portugal, RTP 1, 13 de março de 2014, 8h53

Não me recordo de já ter lido ou ouvido tal expressão, mas sei que é mais um pleonasmo vicioso. Enfrentar é sempre «atacar de frente», «encarar», «defrontar», «estar ou colocar(-se) defronte a». Aquele «de frente» é, pois, uma demasia criticável, um excesso condenável, a juntar a muitos outros de que já aqui demos conta.

«A DFB [Federação de Futebol da Alemanha] fez saber que o médico responsável pelo controlo admitiu o erro do adjunto e pediu despensa das funções que desempenhava».
                                                                           O Jogo, 28 de fevereiro de 2014, p. 36.

Um «ter a haver» cacofónico

«Houve nove reequilíbrios financeiros. Tem a haver também com a constituição de um gabinete de projeto para a nova ponte Vasco da Gama»
Sérgio de Azevedo, deputado do PSD, relator da Comissão de Inquérito sobre as Parcerias Público-Privadas
Olhos nos Olhos, TVI24, 17 de fevereiro de 2014, 19m13)

«No panorama, ouve algum investimento em vinhos franceses, italianos e americanos […]»
OJE, 10 de janeiro de 2014, p. 15.

«As exéquias fúnebres […] levaram a que alguns, sem noção do ridículo, tivessem invocado o facto de Portugal ser um estado laico, questionando desta forma a participação de dignatários do Estado nas celebrações religiosas […]».

«E pluribus unum», Rui Tabarra e Castro, Opinião, OJE, 10 de janeiro de 2014, p. 8.

Um «à descrição» sem discrição…

 

«Homens russos trocam anos de vida por vodka à descrição»

Expresso, n.º 2153, "Primeiro Caderno", 1 de fevereiro de 2014, última página

 

«[…] a fisionomia, o peso; a fisionomia das pessoas também irá contribuir para que o resultado [taxa de alcoolemia] seja diferente de condutor para condutor […]»

Jornal da Tarde, SIC, 7 de janeiro de 2014, 13h55.

«O que foi que tu

Num debate radiofónico, em Luanda, sobre a idade certa do início do namoro e a proibição do uso de preservativo por algumas religiões em Angola, foi o adulto quem tropeçou na conjugação errada do pretérito perfeito do verbo dizer. Crónica do autor, na sua coluna “Professor Ferrão”, do semanário “Nova Gazeta”, de 23/01/2014.

 

A

Apontamento do atual provedor do leitor do "Público", a propósito dos erros e das gralhas nos jornais em geral e no seu, em particular. Extraído da crónica "O país sem Eusébio", 12/01/2014.

 

[A] "maldição" dos erros e gralhas na Imprensa já se arrasta muito antes do tempo em força do online. Num texto publicado no El País, em 30 de Outubro de 1997, sob o título "La vista sorda", Vicente Verdú, como "defensor del lector" desse jornal, escrevia:

«Enquanto o podermos fazer, fá-lo-emos – à custa da ruína económica do país.»
Miguel Sousa Tavares, Expresso de 14 de dezembro de 2013