Uma nutrida comitiva governamental portuguesa anda pelo Brasil e, agora, pela Argentina, numa daquelas maratonas oficiais de muita conversa, montanhas de promessas e de nulidades práticas, quase sempre. E como coincidiu com o tricentenário da morte do padre António Vieira, a língua portuguesa foi a sobremesa obrigatória, servida na hora dos discursos.
E entre hossanas, compromissos regados a champanhe e incentivos de conveniência, só faltou o primeiro-ministro António Guterres lembrar o que, nesse aspecto, não tem cumprido minimamente no seu próprio país.
Deve ter sido por isso que preferiu falar sempre em Castelhano, desde que chegou a Buenos Aires. Só precisa de afinar a pronúncia para a desconversa ser perfeita.