A RDP-Antena 1 está hoje no pelourinho por um motivo muito pior do que descurar a formação linguística dos jornalistas que, em vez de «êispu», insistem em pronunciar (como ouvimos no noticiário de hoje de manhã), à maneira do dr. António Vitorino, «ecspò» e «ecspô» (Expo 98). Sejam coerentes e digam também: «livrô» em vez de «lívru» (livro) e «milhò» em vez de «mílhu» (milho). Mas isto são trocos. Pior, bem pior, é a política de «recursos humanos» da RDP, que com uma carta despediu, deixando-o sem outro rendimento, um colaborador de muitos decénios. Mário Meunier, de 70 anos, um homem de direita às direitas, um noticiarista irrepreensível, já não poderá emprestar a excelente dicção ao Ciberdúvidas, quando um dia a nossa página tiver som. Na solidão de Washington, recorreu à única (e derradeira) forma que encontrou para protestar contra a desumanidade em língua portuguesa.