Pelourinho // Mau uso da língua nos media
Fogo posto televisivo
Linguagem estereotipada e grafia errónea

A ampla cobertura televisiva à volta dos violentos fogos florestais ocorridos por estes dias em Portugal, teve do melhor e do pior. No primeiro caso, pela informação (útil) em si mesma. No pior, e como sempre, a espectacularização do fenómeno fogo e do drama humano. E muito, muito mesmo, por via da linguagem estereotipada e sem o rigor mínimo de escrita, como fica ilustrado no gráfico ao lado¹.
¹ Ocorrências passou a designar tudo e mais alguma coisa — desde os fogos deflagrados ou ainda em curso, até aos danos causados, humanos, ambientais ou materiais. O mesmo quanto ao termo operacionais — sejam eles bombeiros, forças de segurança ou militares, etc. Meios terrestres, que tanto podem ser carros de bombeiros como meros tratores locais, enquanto em relação aos aéreos já não há destrinça específica entre aviões ou helicópteros. Fora a recorrente grafia errónea da numeração...