A morte da princesa Diana de Gales mereceu as mais variadas reflexões e, particularmente, as condições que, alegadamente, levaram ao brutal acidente do automóvel em que seguia, despedaçado algures num túnel subterrâneo de Paris.
Mereceu e vai continuar a merecer, seguramente, como é habitual nestas ocasiões típicas do mal e da caramunha. Como se viu com a televisão portuguesa.
Caso da SIC, preocupada, imagine-se, com a devassa da vida privada das figuras públicas (das outras, claro, nem se fala!...), com os "paparazzi" e demais informação abutre que os alimenta e se serve deles. Sem regras nem limites éticos, ou deontológicos, ou profissionais. Sequer legais - que é, afinal, o remédio santo indispensável neste negócio de tiragens (e de audiências) a todo o preço.
E a SIC, que torpedeia os direitos mais elementares das pessoas em geral (as tais figuras não públicas...), às tantas, lá foi desenterrar aos arquivos um documentário sobre os vestidos e gostos de Diana Spencer, exibido há uns meses. E tal como não se preocupou com a óbvia desactualização do documentário, voltou a pôr no ar uma dobragem feita a partir de uma tradução incompetente, no mínimo.
O adjectivo "terrible" ("terrible rich", "terrible elegant"), que qualquer iniciado na língua inglesa aprende a traduzir por "muitíssimo" ou "extremamente", aparecia, sistematicamente, no sentido literal mais disparatado: "'terrivelmente' rico", "'terrivelmente' elegante" . Depois, dizia-se que Diana usava muitas vezes "roupas 'casuais'" (queriam dizer roupas "práticas", "simples") e "muito 'apropriadas'" (i.e., "adequadas") a determinada situação. Para acabarem com este mimo de mau gosto e absoluta impropriedade vocabular: "...aprendeu os truques da 'profissão real' (?) de não mostrar as pernas em público"...
Pobre Diana que nem destes "paparazzi" das traduções se viu livre!