Os dez novos estádios de futebol para o Euro 2004 em Portugal aí estão prontos. Quer dizer: inaugurados, semi-inaugurados (ai, as inexistentes "acessibilidades", a relva mal plantada e demais obras a conta-gotas, ai, ai!...), ou ainda à espera da pompa e da circunstância. E são, quase todos eles, imponentes na arquitectura e ousados nas funcionalidades multiusos (ai, se não forem as receitas extrafutebol, neste país onde quem vai ao futebol mal chega para encher um desses dez estádios todos os domingos, ai, ai!...).
Mas serão mesmo portugueses, e para portugueses, esses novos, ou renovados, dez estádios de futebol, transbordando de shoppings e shopping centers, megastores e disc dances para aqui, health clubs e naming rights para acolá...
N.E. (8/11/2016) – O anglicismo (product) naming aplica-se frequentemente em português e noutras línguas próximas à técnica de criação de nomes de marcas, produtos, serviços, empresas e marcas brancas (cf. artigo da Wikipédia em francês). Também se emprega em referência à prática de uma espécie de patrocínio que consiste em atribuir a um lugar, geralmente um recinto desportivo (um estádio de futebol, por exemplo), o nome de uma marca comercial ou de uma empresa (cf. Wikcionnaire). No entanto, em línguas com parentesco próximo com o português, como o francês ou o espanhol, encontram-se soluções em alternativa à palavra inglesa. Assim, em francês, recomenda-se nommage, dénomination, création de nom de marque e création de nom (cf. idem, ibidem) ; para o espanhol, a Fundación para el Español Urgente (Fundéu BBVA) considera preferível o uso de creación de nombres. Seguindo estes exemplos, parece de propor a formação de um termo português equivalente e, portanto, sugere-se denominação (de produto), que se inspira numa das soluções francesas, ou «criação de nomes», decalcando o caso espanhol (e o francês também).