Lisboa, 23 Jun (Lusa) - «O que significa em termos leigos "delimitação do número de entradas" num dicionário?» foi a pergunta número 18000 a que o "site" português Ciberdúvidas da Língua Portuguesa hoje deu resposta.

O número é seguramente maior, mais redondo, mas, para o registo, por uma questão de rigor, retiraram-se da contagem perguntas repetidas. Ficaram apenas as perguntas novas ou aquelas a que se respondeu por um prisma novo, «com uma nova abordagem».

A pergunta 18 000 veio de longe, de um português residente na Finlândia, em Jyvaskyla, Francisco Pires de seu nome.

Foi uma das cerca de 100 que diariamente "desaguam" no "site", despachadas de todos os cantos do globo, feitas por gente das mais variadas as profissões, com as mais diferenciadas habilitações literárias, especialistas, interessados ou meramente curiosos.

Para responder estão em campo, na Universidade Lusófona, três colaboradores fixos – entre os quais um professor cedido a título gratuito pelo Ministério da Educaçäo – e cerca de uma vintena de consultores, cujo trabalho é remunerado.

Com características únicas no espaço da Lusofonia, o Ciberdúvidas nasceu há 10 anos por iniciativa de dois jornalistas: Joäo Carreira Bom, já falecido, e José Mário Costa, que continua associado ao projecto.

Um ano interrompido [após a morte de João Carreira Bom e, depois, no Verão passado], por falta de apoios, ressurgiu por efeito de um movimento cívico que «despertou consciências» e «mobilizou» o apoio de duas entidades, a Fundaçäo Vodafone (contrato bianual) e os CTT (contrato anual).

À Lusa, José Mário Costa recordou ter sido graças a estes dois apoios que se ultrapassou a crise e a reabertura do Ciberdúvidas foi possível. Mas apoio igualmente «muito importante» é o dado pela Universidade Lusófona, em cujas instalações a equipa funciona.

Hoje, além de um consultório na Internet que, diariamente, "atende" a dúvidas sobre ortografia, gramática, semântica, etc., o Ciberdúvidas tem disponível um arquivo permanente, que inclui [na Antologia] textos inéditos de escritores lusófonos.

Em actividade paralela a esta, assegura dois programas de rádio – na Antena 1 ("O Jogo da Língua") e na Antena 2 ("Páginas de Português").

A partir de Setembro, o seu espaço de intervenção será alargado à televisão com a transmissão semanal de um magazine de Língua Portuguesa, na RTP 1.

Apostado também na sua renovação – «essa é a nossa fragilidade, nunca nos renovámos», reconhece José Mário Costa – o "site" conta apresentar «nova cara» em Janeiro de 2007, mês e ano em que os 10 anos de actividade se cumprem. O projecto gráfico de renovaçäo está a cargo de Henrique Cayatte.

Adicionalmente, quer-se um novo e mais completo motor de busca. «Para que a busca possa ser mais rápida, a pesquisa mais fácil».

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Rui Malaquias Marques
(jornalista da agência de notícias portuguesa Lusa).