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Textos publicados pelo autor

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O grego e o acento tónico de prólogo e problema

Pergunta: Porque se definiu que a tradução escrita do prefixo pró, elemento de origem grega, se escreve acentuado em português? Porque um acento vem mudar tanto a definição de um mesmo conjunto de três letras: pro e pró? Grata.Resposta: A forma prefixal pró- não é sempre de origem grega. De facto, em muitas palavras – pró-eutanásia, pró-aborto, pró-alemão – tem origem...

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O uso de cujo/a = «de quem»

Pergunta: Em Auto de Filodemo, de Luís de Camões, há uma passagem coloquial assim: «Dionísa: Cuja será? Solina: Não sei certo cuja é.» Em linguagem hodierna, seria mais comum ouvir/ler «de quem será?», «não sei certo de quem é». Esse uso de cujo lembra-me o uso de cujus no latim: Cujus filius Marcus est? («De quem Marcos é filho?») Em seu livro, Tradições Clássicas da Língua Portuguesa, o Padre Pedro Andrião diz ser possível tal uso e dá-nos uma lista grande de...

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Assimilação: de ipse (latim) a esse (português)

Pergunta: Contacto-vos a propósito de uma questão que tem sido recorrente no âmbito da minha prática letiva. A propósito da evolução fonética, particularmente no processo de assimilação, tenho visto em alguns manuais ser usada como exemplo a evolução de ad sic para assim ou de ipse para esse, assumindo-se assim que, em ad sic o fonema /d/ evolui para /s/ e, em ipse, o mesmo se passa com o fonema /p/. A minha questão é simples: tratando-se de evolução...

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Hiato e ausência de acento gráfico em rainha

Pergunta: Existe algum argumento real para justificar que rainha, moinho ou buinho não levem acento, mas que o devamos colocar sobre faúlha, suíno ou raízes? Ou então diga-se claramente que é uma exceção arbitrária que temos de seguir.Resposta: Trata-se de um preceito com base numa generalização e que terá aparecido pouco antes da reforma de 1911. Com efeito, nas Bases da Ortografia Portuguesa de...

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Os apelidos Rodrigues e Roiz

Pergunta: Os apelidos Rodrigues e Roiz são sinónimos, ou o segundo é abreviatura do primeiro? Muito obrigado.Resposta: Os apelidos (sobrenomes) em questão são variantes do mesmo patronímico, isto é, do mesmo nome indicativo do progenitor masculino. Rodrigues evoluiu de Rodrigo, que era sufixado por -iz no período medieval, significando o conjunto, Rodriguiz, o mesmo que «filho de Rodrigo». De formas criadas desta...
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