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Textos publicados pelo autor

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Dativo ético: «coma-lhe e beba-lhe»

Pergunta: Estou lendo O crime do padre Amaro e vi que o Eça às vezes usa expressões como «beba-lhe» e «coma-lhe», assim mesmo, no imperativo. Cito: «E quando as beatas, que lhe eram fiéis, lhe iam falar de escrúpulos de visões, José Miguéis escandalizava-as, rosnando: — Ora histórias, santinha! Peça juízo a Deus! Mais miolo na bola! As exagerações dos jejuns sobretudo irritavam-no: — Coma-lhe e beba-lhe, costumava gritar, coma-lhe e beba-lhe, criatura!» Como explicar esse «lhe»?Resposta: O pronome em questão...

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Prà, prò, pràs, pròs (antes do AO90)
e pra, pro, pras, pros (pós-AO90)

Pergunta: A propósito da ilustração ao lado, e chamando-se esta associação humanitária “Um Lugar para o Joãozinho”, a palavra “pró” que vemos na imagem deveria estar escrita com acento grave (prò), uma vez que a contração de “para + o” dá “prò”.  O Dicionário Priberam diz-nos que esta grafia foi «alterada pelo Acordo Ortográfico de 1990: pro”, o mesmo acontecendo com a contração de “para + a”: pra. De facto, pelo Acordo Ortográfico de 1990 (Base XII), o acento grave só está previsto para a contração da...

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Suprarreferido, conforme o AO90

Pergunta: A palavra «suprarreferido», segundo o Acordo Ortográfico, escreve-se com dois "r" a seguir à letra "a" ou só, unicamente, com um "r" – «suprareferido»? Muito obrigado pela ajuda prestada.Resposta: Conforme a a) da Base XVI (Do  hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação) do Acordo Ortográfico de 1990, não se emprega o hífen nas «formações em que o prefixo ou falso prefixo...

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«Para que eu não me lembrasse...» vs. «para que eu me lembrasse...»

Pergunta: «Luísa tinha muito talento para que eu não me lembrasse dela.» «Luísa tinha muito talento para que eu me lembrasse dela.» Qual é o entendimento que se pode dar às frases acima? Querem dizer a mesma coisa? Obrigado.Resposta: Nas frases que apresenta, a leitura mais saliente é aquela em que a oração subordinada «para que eu (não) me lembrasse dela» veicula uma consequência da situação descrita na oração principal, comportando-se, portanto, como uma oração consecutiva. As frases não querem dizer a mesma coisa...

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Como evitar a ambiguidade
em orações com conjunções causais

Pergunta: Sempre me perguntei se é possível tirar a ambiguidade de frases negativas sucedidas por conjunções causais. Por exemplo, em «Ele não foi à aula, porque estava com preguiça», o fato de o sujeito estar com preguiça pode ser de fato a causa de sua ausência; por outro ângulo, o interlocutor pode, na verdade, estar clarificando que esta não é a verdadeira causa, mas que há outra razão. Adicionando mais detalhes para que este segundo caso fique claro: «Ele não foi à aula, porque estava com preguiça, mas porque estava...
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