Maria Regina Rocha - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Maria Regina Rocha
Maria Regina Rocha
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Licenciada em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa; mestrado em Ciências da Educação, pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e doutoranda na mesma; professora na Escola Secundária José Falcão, em Coimbra; larga experiência pedagógica no ensino politécnico (Escola Superior de Educação de Coimbra) onde lecionou várias disciplinas na área da Língua Portuguesa. Autora (ou em coautoria), entre outros livros, de Cuidado com a Língua!, Assim é que é falar! 201 perguntas, respostas e regras sobre o português falado e escrito,  A Gramática – Português – 1.º Ciclo, A Gramática – Exercícios – 2.º  anoA Gramática – Exercícios – 3.º ano e A Gramática – Exercícios – 4. ano e Eu não dou erros!

 
Textos publicados pela autora

Volta e meia, emerge o erro na concordância do verbo em frases com expressão «um dos que…». Foi o que aconteceu nesta a notícia do "24 Horas" (de 26 de Abril p.p.p) sobre o facto de o Presidente da República Cavaco Silva ter questionar a forma como se comemora o 25 de Abril, em Portugal: «(…) A fraca participação dos mais novos na actividade política é um dos assuntos que mais o preocupa.»

Excerto do discurso do deputado do PSD Paulo Rangel,  na sessão de comemoração do 33.º aniversário do 25 de Abril, na Assembleia da República1: «(…) do ponto de vista dos valores processuais, da liberdade de opinião e da liberdade de expressão, vivemos aqui e agora — ai de nós! — num tempo de verdadeira claustrofobia constitucional, de verdadeira claustrofobia democrática» [tendo pronunciado a vogal o da sílaba tro de  claustrofobia como se fosse um u].

Ao contrário do que continua a ver-se*, a palavra juiz não leva acento na vogal i.

A regra é a seguinte: tem acento gráfico a vogal i em posição tónica, quando precedida de vogal que com ela não forma ditongo, mas exceptuam-se as situações em que esse i é seguido de consoante (diferente de s) que com ele forma sílaba ou seguido do grupo consonântico nh.

Simultaneidade, e não “simultaniedade”*, muito menos “simultanidade”, como também se vai ouvindo e lendo por aí.

Simultaneidade – palavra derivada de simultâneo: simultâneo + -i- + -dade.


* Como se ouviu na notícia do <span style="font-style:...

«Passavam pouco das 22 horas, quando o agente de guarda ao bairro deu o alerta para a central da PSP», escrevia-se numa notícia do jornal 24 Horas de 23 de Abril p. p.

Escreveu-se mal: o verbo passar tem de ficar na terceira pessoa do singular, concordando com o seu sujeito («pouco»): «pouco passava das 22 horas», «passava pouco das 22 horas»: Outro exemplo: «Quando ele chegou, já passava muito das 8 horas.»