Teotónio R. Souza (1947-2019) - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Teotónio R. Souza (1947-2019)
Teotónio R. Souza (1947-2019)
6K

Teotónio R. de Souza (1947-2019). Historiador nascido em Goa, ex-sacerdote católico, foi fundador e diretor do Centro Xavier de Pesquisas Históricas. Era professor catedrático na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, no departamento de História. Foi diretor do jornal da Associação dos Cientistas Sociais do Espaço Lusófono e diretor-adjunto da revista Fluxos e Riscos- Revista de Estudos Sociais.

 
Textos publicados pelo autor

A presença portuguesa não deixou somente marcas léxicas em Goa. Ficaram topónimos, embora raros. O bairro da aldeia de Moirá onde fica situada a minha casa ancestral é Povoação. Não pude ainda descobrir desde quando começou-se a utilizar esta designação. O bairro também retém a designação vernácula "gão", o que significa uma aldeia.

A presença portuguesa não deixou somente marcas léxicas em Goa. Ficaram topónimos, embora raros. O bairro da aldeia de Moirá onde fica situada a minha casa ancestral é Povoação. Não pude ainda descobrir desde quando começou-se a utilizar esta designação. O bairro também retém a designação vernácula "gão", o que significa uma aldeia.
Provavelmente assim se explica a tradição que lhe aponta como o primeiro povoado da aldeia, que depois se estendeu para novos bairros que se foram criando. O bai...

A especifidade literária indo-portuguesa inclui no seu vocabulário «chatim», «chatinar», «bouço»,«langotim», «cambolim», etc.   E a língua Concani dos goeses ficou com tantas outras palavras de origem portuguesa. A conversão para o cristianismo substituiu o templo pela «igorz», «vedi» pelo «altar», «bhôtt» pelo «padri», ao mesmo tempo que o outro lado da realidade humana assumia também uma forma indo-portuguesa com «merd», «fodrichó», «fuj-da-put», e «bonk» (bom cú)! 

A especifidade literária indo-portuguesa inclui no seu vocabulário «chatim», «chatinar», «bouço»,«langotim», «cambolim», etc.E a língua Concani dos goeses ficou com tantas outras palavras de origem portuguesa. A conversão para o cristianismo substituiu o templo pela «igorz», «vedi» pelo «altar», «bhôtt» pelo «padri», ao mesmo tempo que o outro lado da realidade humana assumia também uma forma indo-portuguesa com «merd», «fodrichó», «fuj-da-put», e «bonk» (bom cú)!
Já vos contei donde vem o m...

 

Será que só o malabarismo político ficou do nosso património dos Descobrimentos? Existem centenas de vocábulos que enriqueceram a língua portuguesa falada e escrita, como consequência dos contactos com o Oriente. Achei que algo desse património histórico-linguístico poderia ser recuperado através duma série de curtas narrativas histórico-biográficas. Se o meu vocabulário e o meu estilo têm muito de anacrónico, isso faz também parte da «diversidade» da lusofonia.