«Solar», «relativo ao sol» vs. solar, «casa nobre»
Estou com uma dúvida que me tem inquietado. Na ficha de trabalho de um manual, a propósito da obra Auto da Barca do Inferno [de Gil Vicente], surgiu a palavra solar («fidalgo de solar») identificada como extensão semântica (solar – relativo ao sol /solar – terreno onde se eleva a casa de uma família nobre ou pessoa nobre). Será possível aceitar extensão semântica e também derivada por sufixação?
A expressão «ser feito de...»
Gostaria de saber se o verbo ser pode ter objeto indireto. Minha dúvida surgiu após ler o Dicionário de Verbos e Regimes, de Francisco Fernandes,no qual ele diz que o verbo ser pode ser transitivo indireto. Um dos exemplos dele [é]: «À noite serei em tua casa , e de manhã partiremos.»
Na frase «O que seria desses meninos se lhes faltassem os pais», a parte «desses meninos» é objeto indireto do verbo ser?
Grato pela resposta. Parabéns pelo belo trabalho de vocês.
«Fiz cinco anos no Brasil» (português da Guiné-Bissau)
O verbo fazer é impessoal quando se refere ao tempo decorrido. No entanto, ouço as pessoas dizerem «fiz cinco anos no Brasil» ou «fizemos dois meses em Biombo», com o sentido de permanência.
Será que é correto dizer assim, e se não é, como é que se deve dizer?
Os termos adoção e adotabilidade
A propósito do caso da jovem imigrante sem-abrigo que abandonou o filho recém-nascido num contentor do lixo [em Lisboa], ouvi o termo adoptabilidade que, confesso, desconhecia (nem se encontra dicionarizado), mas que creio faz parte do léxico jurídico: [suponho que] "adaptabilidade", no sentido do processo legal para a adoção do bebé*.
Ou seja: qual a diferença entre adoptabilidade e adoção, e em que registo se usa um e outro? * in Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo Anotada, de Paulo Guerra.
Os valores semânticos da conjunção correlativa
de «quer... quer...»
de «quer... quer...»
Na frase «É conhecida dos historiadores a ação desencadeada pela Companhia de Jesus para obter o monopólio, o controlo total do ensino, quer normal quer universitário», a conjunção quer... quer pode ter sentido de adição além de alternância?
Adjetivos pátrios compostos italiano-alemão e ítalo-alemão
Gostaria de saber se as formas "italiano-alemão" e "ítalo-alemão", enquanto adjetivos compostos, estão corretas ou incorretas.
Cumprimentos.
O valor incoativo de cozinhar em «o frango está a cozinhar»
«O frango está a cozinhar», em vez de «[…] a ser cozinhado». Há aqui alguma figura de estilo?
Obrigado.
O uso de porquê como substantivo
Considero-me razoavelmente puritano na escrita de português e algumas situações ficam-me na memória. Relembro uma aula de Português em que o meu Professor insistia no uso de substantivos como «motivo» ou «razão» em vez de «porquê». Um exemplo: «Quero saber o porquê de estares chateado» deveria-se escrever (e dizer) «Quero saber a razão/o motivo de estares chateado».
Esta premissa do «não uso» da palavra «porquê» como substantivo entrou-me na cabeça e, na maioria das vezes que vejo alguém escrever ou ouço alguém dizer «o porquê», faço questão de referir o supracitado. Usar «o porquê» é menos correto? Mais feio?
Obrigado!
Temperar e destemperar
na aceção de «tornar morno, tépido»
na aceção de «tornar morno, tépido»
Gostava de saber se o verbo temperar também se pode referir a temperatura, ou seja ter como sinónimo amornar. Por exemplo, posso dizer: «vou temperar a água para tomar banho»?
Grata.
O significado de teórico-pragmático
Sei o que se entende por uma «pessoa teórica» e uma «pessoa pragmática». Mas uma vez ouvi alguém mencionar que os alemães são teórico-pragmáticos...
O que é alguém "teórico-pragmático"?
Podem dar um exemplo, fazem favor?
