Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Maiúsculas/minúsculas
António Costa Reformado Lisboa, Portugal 2K

Que quer dizer «figuras de "Saxe"»?

David Pereira Engenheiro Lisboa, Portugal 19K

Como se deverá escrever: «rio Tejo», ou «Rio Tejo»? «Ribeira das Vinhas», com maiúscula inicial em ribeira, ou «ribeira das Vinhas»?

Pedro Rodrigues Professor Lisboa, Portugal 10K

Distingo sem problemas bíblia (enquanto livro) de Bíblia (texto sagrado). A minha questão prende-se com esta última: por que razão surge frequentemente, até entre conceituados escritores, sem aspas ou sem itálico? Por que razão não segue as normas usuais de título de obra?

Marilene Marques de Oliveira Tradutora e intérprete simultânea Cidade do México, México 8K

Porquê o uso tão difundido da forma Ibero-América com duas iniciais maiúsculas? Por se tratar de uma palavra formada por composição, não deveria ser "Ibero-américa", somente com a letra inicial maiúscula, como qualquer outro nome próprio?

António Pereira Ex-professor Setúbal, Portugal 9K

Trago à vossa consideração duas questões.

QUESTÃO 1: Estabelecendo a Base XV do novo Acordo Ortográfico (AO) que se emprega o hífen «nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas», não deveriam todas as palavras que designam espécies de maçãs (por exemplo, maçã-reineta) ser hifenizadas? Não encontro nenhuma palavra que designe espécies de maçãs no VOP (nem de peras: pera-rocha, pera-acabate, etc.). Qual a diferença em relação a feijão-verde (que nem umaespécie é…), batata-semente, couve-roxa, couve-galega ou abóbora-menina?

QUESTÃO 2: Relativamente aos pontos cardeais, diz o novo AO que se usa maiúscula «Nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados absolutamente: Nordeste, por nordeste do Brasil, Norte, por norte de Portugal». Já a Convenção de 1945 diz que «Os nomes dos pontos cardeais e dos pontos colaterais (…) recebem, por excepção, a maiúscula, quando designam regiões: o Norte do Brasil; os mares do Sul; os povos do Oriente».

Tenho alguma dificuldade em interpretar o «absolutamente»… A noção de região esbate-se com o novo AO?

1. «Vou para o Norte, mas a minha mulher ficou no Sul… No sul de Espanha, devo acrescentar!»

As maiúsculas/minúscula parecem indiscutíveis.

2. «Vou para norte.» / «Viramos para sul.» / «Siga a direção norte!» / «Meca fica a leste.»

As minúsculas são adequadas? Se sim, como explicar a questão do «absolutamente»?

Finalmente, na generalidade dos guias diz-se que os pontos cardeais se escrevem com maiúscula quando designam regiões. Não vos parece ser esta uma “recuperação” do texto de 45 simplista e potencialmente incorreta como se pode constatar no exemplo “norte de Portugal”?

Obrigado.

Joana Portela Revisora de texto Aveiro, Portugal 6K

Gostaria de saber se os produtos com denominação de origem protegida (DOP) devem grafar-se com maiúscula ou com minúscula inicial (por exemplo: Queijo Serra da Estrela; Queijo Terrincho; Borrego Terrincho; Carne Marinhoa; etc.).

João Pessanha Estudante Rio de Janeiro, Brasil 106K

Apesar de ter dado uma lida prévia em perguntas parecidas, não ficou claro para mim como proceder. Por favor, gostaria que esclarecessem:

Depois de ponto de exclamação ou de interrogação, quando o pensamento não estiver inteiramente completo ou quando se seguir uma oração de narrador, usa-se letra maiúscula ou minúscula? Exemplos:

«Que é isso? você enlouqueceu?»

«No mundo tereis tribulação, mas, coragem! eu venci o mundo.»

«Que paisagem linda! exclamou Pedro.»

«Que você dizia? indagou Lúcia»?

Ou:

«Que é isso? Você enlouqueceu?»

«No mundo tereis tribulação, mas, coragem! Eu venci o mundo.»

«Que paisagem linda! Exclamou Pedro.»

«Que você dizia? Indagou Lúcia»?

Sara Felício Tradutora Lisboa, Portugal 10K

Gostaria de saber qual a forma mais correcta de grafar (com maiúsculas ou minúsculas) os nomes das guerras e das batalhas, de acordo com o novo AO.

António Pereira Professor Setúbal, Portugal 3K

Antes de mais, gostaria de expressar o meu reconhecimento pelo excelente e útil trabalho desenvolvido no Ciberdúvidas.

O interesse de há muito pela língua portuguesa (sobretudo nos detalhes mais incómodos) e o facto de trabalhar na área do novo acordo levam-me a acompanhar atentamente as respostas que vão sendo dadas neste espaço e as publicações que vão saindo.

Assim, acabei de adquirir a obra Acordo Ortográfico 2011 – O Que Mudou no Português Europeu, de Isabel Lopes e Ana Teresa Peixinho. Antes de publicar no meu blogue uma apreciação, gostaria de saber também a vossa opinião em relação aos aspetos que considero menos positivos neste manual e que passo a expor.

1. Relativamente aos pontos cardeais, diz-se (pág. 24) que se mantém a maiúscula «quando se referem a regiões».

Observação: Ao contrário do AO45, o texto não refere regiões. Parece-me ser excessivamente simplista esta interpretação do «empregados absolutamente». Por outro lado, ela não explica que devamos escrever «Vou para o Norte» e «Vou para o norte de Portugal».

2. No uso facultativo de maiúsculas e minúsculas (pág. 25), apresenta-se o exemplo Praça da República vs. praça da república.

Observação: O NAO refere a opcionalidade na “categorização” do logradouro, pelo que a palavra República tem de manter a maiúscula, como acontece neste exemplo dado no texto do Acordo: Largo ou largo dos Leões.

3. Nas duplas grafias (pág. 28), para o português europeu é apresentada uma lista de exemplos que, segundo as autoras, são casos registados no VOP.

Observação: Tive dúvidas nalguns casos e fui ao VOP. Conclusão: cético, sectorização, vetor e sumptuoso (apresentados como situação de dupla grafia) têm uma única grafia em Portugal.

4. Em relação às situações de salvaguarda do c e p não pronunciado, diz-se (pág. 29) que «As consoantes c e p conservam-se também nos topónimos, antropónimos e nomes de empresas, sociedades, marcas ou títulos, para ressalva de direitos» e remete-se para a Base XXI do Acordo.

Observação: Este parece-me ser um lapso óbvio ou um erro grosseiro de interpretação, pois a Base XXI não inclui os topónimos.

5. Sobre o uso facultativo do acento circunflexo, apresenta-se (pág. 32) a possibilidade de usar fôrma e forma.

Observação: Tratando-se de um guia para o português europeu, é estranha esta “involução”, uma vez que na norma luso-africana este acento já não existia. Parece-me que esta facultatividade tem a ver com a norma brasileira.

6. Sobre o hífen (pág. 34), dá-se como exemplo de alteração sub-aquático (antes do AO) para subaquático (depois do AO).

Observação: Já escrevíamos subaquático, de acordo com o art. 7.º da Base 27 da Convenção de 45 que determinava o uso de hífen com o prefixo sub apenas «quando o segundo elemento começa por b, por h (…) ou por um r».

7. Também sobre o hífen (pág. 35) são dados como exemplos de alterações, entre outros, mini-saia vs. minissaia e bio-ritmo vs. biorrritmo.

Observação: Se por um lado minissaia já era admitido, biorritmo não era hifenizado.

Ney de Castro Mesquita Sobrinho Vendedor Campo Grande, Brasil 19K

Tanach é como os judeus chamam o Velho Testamento da Bíblia. Já existiria o aportuguesamento «Tanaque», assim como já se registra Talmude, como aportuguesamento de Talmud?

O livro sagrado do zoroastrismo é Avesta ou Zendavesta, pelo o que se lê no Aurélio. Pois bem, gostaria de saber se se escrevem assim mesmo, com capitular, já que o famoso léxico silencia sobre este aspecto. Outra dúvida é se a prosódia não seria antes oxítona nos dois bibliônimos, ou ao menos no primeiro, dando então Avestá e talvez Zendavestá também.

A terceira dúvida sobre este livro é se a forma Zendavesta seria a melhor, ou Zende-Avesta ou ainda Zende-Avestá seriam as preferíveis. Encontro atestada esta última no Aulete Digital. Na Internet, deparo-me também com Zend-Avesta, mas, devido à sua grafia, não me parece apropriada para o nosso idioma.

Quando ao livro sagrado do hinduísmo, as questões são a respeito do seu título, se deve ser escrito Veda ou Vedas; sobre o timbre do e, se é aberto ou fechado. Creio que, em qualquer dos casos, com capitular sempre.

Que o Ciberdúvidas, o mais iluminador dos sítios da Web, ministre-me as suas luzes, por favor.