A corrigir um exercício da Gramática Prática de Português (2.º ciclo, 2011, segundo as normas do DT e do AO) surgiu-me uma dúvida que me levou a outros exemplos. Passo a explicar. Aparece a palavra água para exemplificar um ditongo crescente. E na palavra qual a solução diz que se trata de um ditongo oral e crescente.
Primeira pergunta: tratando-se de ditongos, o mesmo se aplica à sequência -ua- das palavras lua, quando, habitual e guarda-chuva? Ou nalguns destes exemplos haverá um hiato e porquê?
Segunda pergunta: tratando-se de hiato ou ditongo, como são divididas estas palavras para efeitos de divisão silábica e de translineação?
Terceira pergunta: é a palavra água grave, ou esdrúxula?
Quarta pergunta: na palavra temia, estamos perante um ditongo crescente e oral, ou perante um hiato?
A palavra cateter, para aparecer como oxítona, teria de ter chegado até nós pelo grego, mas, como penso que passou pelo latim, por que não aparece como paroxítona?
Agradeço um esclarecimento.
A palavra pulsar é grave, ou aguda?
Queria saber porque o imperfeito de conjuntivo às vezes leva acento circunflexo e outras acento agudo na primeira pessoa do plural.
Obrigado pela resposta.
O hormônio glucagon, muito discutido nas aulas de bioquímica, causou-me uma dúvida quanto à sua pronúncia: embora quase a totalidade dos professores pronunciem a palavra como se fosse paroxítona (ou grave), sempre soube que se trata de uma aguda (ou oxítona), uma vez que sempre utilizo as três possibilidades de tonicidade para conferir, de acordo com as regras de acentuação, se a profiro de maneira correta. Assim, se fosse esdrúxula, seria acentuada, já que todas as proparoxítonas são acentuadas: "glúcagon". Se se tratasse de uma palavra grave, também seria acentuada, já que se acentuam as paroxítonas terminadas em "n" (próton, fóton, elétron e cátion, por exemplo): "glucágon". Ora, com esta análise, por eliminação e por ter em mente que as palavras agudas terminadas em "n" não levam acento, concluo que se trata de uma palavra aguda ou oxítona. Gostaria de saber se estou correto ou não e por quê.
Em diversas edições de Dom Casmurro, de Machado de Assis, no capítulo III, "A denúncia", encontro o seguinte trecho: «Bentinho mal tem quinze anos. Capitu fez quatorze à semana passada [...].» Caso o original de Machado de Assis confirme a existência da crase, embora não usual, a mim soa como uma forma de precisar um evento no tempo e, portanto, correcto.
Gostaria que saber da vossa opinião, que, antecipadamente, agradeço.
Uma vez que o verbo pôr é acentuado graficamente para diferenciá-lo da preposição por, ou seja, não há outra razão que justifique esse acento, minha dúvida é se o acento se mantém nas formas pronominais («por-se»/«pôr-se») e nas formas mesoclíticas («por-te-á»/«pôr-te-á», «por-se-á»/«pôr-se-á») e, caso se mantenha, por que motivo.
Obrigada.
Acabo de ver a resposta dada à pergunta n.º 28 711 (sobre o aportuguesamento de Oregon, Kansas, Arkansas e Oklahoma), e queria aproveitar para lançar uma questão que já há muito me perturba.
Não existe nenhuma regra, em português, para a colocação dos acentos (acentos tónicos, não gráficos) nos aportuguesamentos de palavras estrangeiras? Eu tenho observado uma disparidade de critérios, e tendo eu crescido num ambiente multilingue, choca-me um bocadinho quando vejo palavras que na língua original têm acento numa determinada sílaba, e no seu aportuguesamento o acento "salta" para outra sílaba...! O que chamou-me atenção foi a palavra "Arkansas", que em inglês é proparoxítona, ['ɑ:kənsɒ], e no entanto, o aportuguesamento proposto sugere que a palavra seja paroxítona, [ɐɾ'kɐ̴sɐʃ]. Ao que parece, existe o hábito de, ao fazer-se o aportuguesamento de certas palavras, ligar-se apenas à forma escrita, e não à pronúncia original, ou seja, as palavras estrangeiras são aportuguesadas como se a escrita original fosse em português! Estão neste caso Ankara,[aŋkaˈɾa], oxítona, aportuguesada para Ancara, [ɐ̃ˈkaɾɐ], paroxítona (repare-se na raça de gatos e no tipo de tecido angorá); Ottawa, [ˈɒtəwə], proparoxítona, aportuguesada para Otava, [oˈtavɐ], paroxítona (onde é que foram encontrar o «v»?); Addis Abeba, [adis ˈabəba], proparoxítona, aportuguesada para Adis Abeba, [ɐdiz ɐˈbɛbɐ], paroxítona; Bamako, [bamaˈko], oxítona, aportuguesada para Bamaco, [bɐˈmaku], paroxítona; e muitos outros casos, na toponímia ou não.
É que, se não houver um critério uniforme para a colocação do acento tónico nos aportuguesamentos, nota-se aqui uma dualidade de critérios. Perde-se toda a legitimidade em exigir certas pronúncias (por exemplo, Florida, e não Flórida — o Estado é deles (dos americanos), mesmo que o nome tenha vindo do espanhol — e perde-se toda a legitimidade em ficar chocado quando francófonos pronunciam «Cutô» (Couto) ou anglófonos pronunciam «Bêicsao» (Baixão)...
Gostaria de saber a vossa opinião em relação a este assunto.
Obrigado.
A palavra assiduidade, no dicionário, apresenta-se escrita sem acentuação, mas no entanto a fonética da mesma, nomeadamente no ditongo ui, pronuncia-se como "uí". A minha pergunta é se a mesma não devia ser escrita como "assiduídade", ou pronunciada como "a- ssi - dui - da - de" e não "a- ssi -du - í -da - de".
Não sei se fui claro na exposição da minha dúvida, dado a mesma estar relacionada com a fonética.
Desde já grato pela atenção.
Tenho sempre muitas vezes dúvidas quanto à acentuação correcta de palavras gregas em português. As minhas dúvidas actuais são como dizer as seguintes palavras: "Átrida" ou "Atrida"; "Artémis" ou "Ártemis"; "Heráclito" ou "Heraclito".
Tenho a certeza de que há muitos mais pares como estes que já me causaram dúvidas noutras alturas, mas estes são os exemplos de que me lembro. Agradecia se me pudessem esclarecer, e ainda mais se me pudessem dar uma regra para o caso geral.
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