DÚVIDAS

A acentuação e a grafia do substantivo glucagon
O hormônio glucagon, muito discutido nas aulas de bioquímica, causou-me uma dúvida quanto à sua pronúncia: embora quase a totalidade dos professores pronunciem a palavra como se fosse paroxítona (ou grave), sempre soube que se trata de uma aguda (ou oxítona), uma vez que sempre utilizo as três possibilidades de tonicidade para conferir, de acordo com as regras de acentuação, se a profiro de maneira correta. Assim, se fosse esdrúxula, seria acentuada, já que todas as proparoxítonas são acentuadas: "glúcagon". Se se tratasse de uma palavra grave, também seria acentuada, já que se acentuam as paroxítonas terminadas em "n" (próton, fóton, elétron e cátion, por exemplo): "glucágon". Ora, com esta análise, por eliminação e por ter em mente que as palavras agudas terminadas em "n" não levam acento, concluo que se trata de uma palavra aguda ou oxítona. Gostaria de saber se estou correto ou não e por quê.
Sobre a expressão «de anhenha» (Vila do Conde, Portugal)
Desde já vos felicito pelo excepcional serviço que prestam à língua portuguesa. Tenho uma dúvida em relação a uma expressão coloquial de registo popular usada na zona onde moro, mas cuja grafia e origem me são desconhecidas. Nunca a vi escrita em lado nenhum e há tendência popular para deturpar certas expressões de uso oral. Assim, diz-se de pessoa oriunda de sítio remoto e subdesenvolvido que vem ou é «d´anhenha» (desconfio desta grafia). Espero que me consigam elucidar e desde já vos agradeço pela atenção.
Acerca dos estrangeirismos
Saudações à equipe do Ciberdúvidas! Desde algum tempo que me há uma questão pendente, trata-se dos estrangeirismos. Eu gostaria que me ajudassem a formar uma posição sobre o tema: estrangeirismos. Precisamos, às vezes, de material para escrever textos dissertativos na escola, e torna-se difícil encontrar informações confiáveis, portanto recorro a vós. Debatemos já em sala de aula o tema, mas não cheguei a consenso acerca do tema. Como podemos fazer uma abordagem das questões linguísticas que envolvem o tema? Qual a opinião dos gramáticos, linguistas e especialistas sobre o tema? Por um lado, nas discussões que vimos, foi-se destacando muito o lado da variedade linguística, que o falante é que faz a língua, que ele mostra verdadeira maturidade quando resolve incorporar os estrangeirismos, etc. Também se enfatizou, por outro lado, a questão do imperialismo norte-americano, sua influência nas culturas, principalmente na nossa brasileira, e por isso o uso exagerado em lojas, propagandas, etc. A que abordagem poderíamos verdadeiramente chegar? Houve até um projeto de lei para proibir os estrangeirismos no Brasil, segundo um colega — numa pesquisa no Google vi até a opinião de que era uma tentativa de puristas nacionalistas de uniformizar a língua no Brasil, que é tão diversificado. Os estrangeirismos empobrecem a língua sob que circunstâncias? Há evidências para demonstrá-lo? Podem citar algum exemplo que comprove o uso indevido? Pode-se utilizar a variedade linguística e o livre arbítrio dos falantes, como vimos da parte de alguns amigos, para não se corrigir os abusos? Como se pode utilizá-los sabiamente, e em que contextos? Que autores e obras se pode consultar sobre a questão? Aqui me despeço, sempre muito agradecido por me auxiliarem.
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