Uma amiga minha da Irlanda inscreveu-se num curso de Língua Portuguesa aqui em Londres. Há dias estava a folhear o livro de exercícios dela, e não encontrei a conjugação dos verbos na 2.ª pessoa do plural, vós.
Disseram-me que, como já não se usava oralmente, ia ser retirado da Língua Portuguesa... Isto é mesmo verdade?
Obrigada.
«Comeu-se tudo.» Esta frase está na voz ativa, ou na passiva?
No dia 27 último, os senhores responderam a uma questão que envolve a regra sobre acentuação da palavra quê. Ocorreram-me duas dúvidas:
1. Em que parte do acordo ortográfico de 1990 está escrito que essa palavra deve ser acentuada quando vier no fim da frase?
2. Por que ela não deve ser acentuada quando não estiver substantivada ou não vier no fim de uma frase?
Quando uma pessoa liga para uma empresa, do outro lado da linha fazem-lhe a seguinte pergunta: «A quem devo anunciar?»/«Quem devo anunciar?»
Qual a maneira correta, e o que quer dizer cada uma dessas perguntas?
A forma: «Por mais dúvidas que se queiram solucionar» é preferível a «Por mais dúvidas que se queira solucionar»?
Agradecida.
Mais uma vez recorro aos vossos préstimos para resolver uma questão que me arranha o ouvido, mas mesmo assim teimo em considerar correcta. Na frase: «ofereci flores à Joana ontem», fiz a seguinte pronominalização: «Ofereci-lhas ontem.» Correcta ou errada?
Outra questão: quando pronominalizar uma frase com os pronomes me, te, nos e vos tanto de complemento directo como complemento indirecto? Já fiz essa última questão em outras oportunidades, mas acredito ainda não ter sido respondida. Desde já, muito obrigado.
Desculpem-me a presunçosa intervenção, visto que não sou nenhum douto em nossa língua, mas acho que houve um equívoco quando se disse que os falantes brasileiros empregam a forma «lhe» em substituição das formas «o», «a», «os», «as» na resposta dada pela consultora Sónia Valente Rodrigues no dia 21/06/2007. Gostaria apenas de relembrar que a substituição mais comum no português do Brasil é a do «tu» por «você», principalmente nas regiões influenciadas pelo Rio de Janeiro e por São Paulo (é verdade, isto já inclui quase todo o país, mas há exceções nos extremos sul, principalmente, e norte). Como a concordância de «você» é feita com a terceira pessoa, então o pronome pessoal «lhe» acaba por substituir o pronome de segunda pessoa e não os de terceira pessoa.
As letras das músicas usadas na resposta, ao contrário do que foi dito, aplicam o «lhe» para as pessoas com quem falam e não de quem falam. Seguem abaixo trechos das músicas em questão (as aspas foram postas por mim).
Tomara – Toquinho e Vinicius
(trecho)
Tomara que «você» volte depressa
Que «você» não se despeça nunca mais
do meu carinho
E chore, se arrependa e pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho
Tomara que a tristeza «lhe» convença
Que a saudade não compensa
Coisinha do Pai – Jorge Aragão, Almir Guineto e Luiz Carlos
(trecho)
«Você» vale ouro, todo o meu tesouro
Tão charmosa da cabeça aos pés
Vou «lhe» amando, «lhe» adorando
Digo mais uma vez
Agradeço a Deus por que «lhe» fez
Obviamente, não sou dono da verdade e agradeço imensamente que me corrijam se eu estiver enganado.
Grato pelo bonito trabalho deste site e pela possibilidade do livre debate.
No período: «Somos o que somos», o o (pronome demostrativo) é parte integrante da oração principal («Somos o»), ou da oração subordinada adjetiva restritiva («o que somos»)?
«Na casa de meu pai há muitas moradas, se não fosse assim, eu vo-lo teria dito.»
Gostaria de receber explicação sobre o «vo-lo». «Vo» é pronome? Não é um verbo que se une ao pronome lo pelo hífen?
Obrigada.
Podiam dizer-me que tipo de orações são estas?
«Dizia-se abertamente que o sultão não receberia ninguém, nem mesmo um pobre coitado que ali tivesse acabado de chegar num barco.»
«Deu uma ordem incompreensível ao filho que o acompanhava.»
Obrigada.
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