Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: nome próprio
João Paulo Warden de Almeida Góis Gerente de hotel Óbidos, Portugal 1K

Gostaria de saber o significado da palavra Pícua. Moro na «casa da Pícua», existe perto do Porto uma Quinta da Pícua, que pertenceu à mesma família.

Recordo-me de ver, num dicionário muito antigo, que "pícua" tinha dois significados, «besta (arma)» e «sorvedouro de dinheiro (algo onde se gasta dinheiro continuamente , sem fim)».

Se possível, gostaria de saber qual o dicionário onde consta "pícua" e se existem outros significados para esta palavra.

Muito obrigado.

Pedro Justo Estudante Figueiredo, Portugal 2K

Gostaria de saber qual a etimologia do nome Gonçalo, já que há várias "teorias" a circular na Internet e não sei em qual acreditar.

Obrigado!

Luis Vieira Rente Professor aposentado Seia, Portugal 1K

Como se designam os naturais de Carnicães (concelho de Trancoso, distrito da Guarda)?

Gabriel Albuquerque Santos Estudante de Letras (Português e Espanhol) Jaboatão dos Guararapes, Brasil 2K

Saudações cordiais de além-mar! Há algum tempo que estou a acompanhar vosso sítio de esclarecimentos sobre o português. Agradeço-vos imensamente pela riqueza linguística que é apresentada aqui.

Sei que a maioria, senão quase todas as apalavras iniciadas por (AL) têm origem árabe, tanto é que meu sobrenome se grafa desta forma:

«Albuquerque». Estudo português europeu, desde que adquiri o livro de professor António Emiliano: «Fonética do Português Europeu - Descrição e Transcrição». Esse fenómeno de abertura da vogal (A) átona nessas palavras ocorre por quê? (algodão, alqueire, alfazema). É tradição da língua pronunciá-las abertas devido a origem árabe? De qualquer modo, em «nacional, estadual, especial», etc. Ocorre o mesmo. Obs.: Coloquei as setinhas («») no lugar das aspas porque estava a aparecer um código estranho. Muito obrigado!

Mateusz Walczuk Tradutor Varsóvia, Polônia 2K

Reparei que em algumas situações, de preferência nas manchetes e nos títulos das notícias, os media portugueses se referem ao Presidente da República português usando apenas o seu primeiro nome. Alguns exemplos: «Marcelo aposentado como professor universitário mas recebe apenas salário de Presidente» (Correio da Manhã); «Marcelo anuncia até Setembro de 2020 se concorre a segundo mandato» (Jornal de Negócios): «Marcelo quer ver a economia a crescer mais do que 2%» (RTP). Qual pode ser a origem desse costume?

Muito obrigado pelos esclarecimentos.

António Cabral Reformado São Brás de Alportel, Portugal 1K

Queria aprofundar a origem e significado da palavra Burguel.

Existe um topónimo em São Brás de Alportel, Pátio do Burguel, atribuído por deliberação camarária de 27 de Março de 2007, na Acta n.º 8/2007. Contudo, é topónimo muito antigo, visto que já vem referenciado em sessão camarária de 15 de Setembro de 1916, como Rua do Burguel (actualmente já não existe este topónimo).

Muito obrigado.

[O consulente segue a antiga ortografia.]

Luís Gonçalves Empregado de mesa Portugal 1K

Eu era um dos muitos que pronunciavam a palavra Antioquia como "Antióquia": aliás, eu até colocava o acento.

Recentemente percebi que a sílaba tónica era o qui e não o o, mas no entanto uma dúvida persistiu:

Lê-se "AntiuQUÍa" [ɐ̃tiu'kiɐ], ou "AntióQUÍa" [ɐ̃tiɔ'kiɐ]? A segunda sílaba tónica é ti?

Muito obrigado!

Frederico Manuel Carvalhão Gil Investigador «freelancer» Lisboa, Portugal 5K

Na explicação sobre os apelidos portugueses [resposta n.º 33455], li a invocação de uma tradição portuguesa que não vi fundamentada em sitio algum que, argumenta o articulista, manda colocar primeiro o(s) apelido(s) maternos e depois os paterno(s), no final. De facto, lá pelos anos 30 do século passado, houve uma lei que, contrariando, precisamente algumas tradições lusas impunha essa regra. Mas foi lei de curta duração.

Quem se dedicar, mesmo como amador, à genealogia verifica que tradicionalmente a utilização de apelidos em Portugal foi sempre muito arbitrária. Há irmãos que possuem apelidos diferentes: uns ficam com o apelido da mãe, outros com o apelido do pai (não raro as filhas ficavam com o apelido da mãe e os filhos com o do pai, mas não era imperativo e as excepções são muitas, o que até faz supor que são regras nalgumas famílias). Não raro se veem apelidos que se "suspendem" por algumas gerações e que depois vêm a ser "recuperados", bem como se transmitirem por via feminina e depois se transmitem por via masculina.

Também é de referir, pelo menos nalgumas zonas da Beira Baixa, a concordância de género entre o apelido e a pessoa que o utiliza. Assim, por exemplo, Leitão-Leitoa, Silveiro-Silveira, Carrasco-Carrasca, Lourenço-Lourença, etc. Registo, para ilustrar, um caso de uma pessoa, do sexo masculino, natural de Caria, Belmonte, que é Silveira, nascido no final do séc. XVII, a filha casa-se numa localidade onde se faz essa concordância de género, sendo, pois, natural que a filha e a neta, sejam Silveira, mas o trisneto passa a ser Silveiro e aí nasce esse apelido Silveiro. Porém, esta concordância de género terá já caído em desuso no século XX.

Há tradições que não "traditam", perdem-se, vão progressivamente caindo em desuso, mas, algumas, ainda não morreram. E a lei vigente não a limita. Autoriza-a.

Henrique Carlos Professor e bibliotecário aposentado Gotemburgo, Suécia 2K

Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa «determina legalmente a ortografia da língua portuguesa», e é igualmente o «recurso oficial de referência para a escrita do português». Da mesma forma, o seu Vocabulário Toponímico tem também essas funções. A minha questão é se a grafia dos topónimos estrangeiros incluídos no referido Vocabulário Toponímico se torna assim obrigatória e exclusiva, não permitindo grafias alternativas, mesmo quando estas estão consagradas pelo uso. O caso mais atual é o termo Listenstaine, em contraposição com "Lichtenstein".

Patrícia Andréa Borges Estudante São Carlos, São Paulo, Brasil 872

Gostaria de saber se há algum documento que comente que a manutenção do h em Bahia foi uma reivindicação dos baianos, conforme o escrito [na resposta "Bahia e baía: porquê?].