Os homófonos (ou parónimos) penico e pinico
Gostaria de saber o significado e qual o correto entre penico e pinico.
O modificador do nome em «um manejo laborioso e lento»
(Eça de Queirós)
(Eça de Queirós)
Em meio da análise das funções sintáticas na expressão «(...) todos [os instrumentos] eram de um manejo laborioso e lento», excerto do conto "Civilização" de Eça de Queirós, deparei-me com dúvidas, particularmente quanto aos dois adjetivos.
A predicação do sujeito «todos» pelo constituinte «de um manejo laborioso e lento» parece-me óbvia, numa das muitas aceções do verbo «ser», como «ter uma certa qualidade» ou «mostrar-se». Mas, ao interrogar a função sintática específica dos adjetivos como elementos ligados ao nome «manejo», permanece a questão: trata-se de um complemento do nome (apesar de serem adjetivos qualificativos e não relacionais), por fazer falta à especificação do seu sentido?
Vejamos o que sucederia na ausência dos referidos adjetivos: «Todos [os instrumentos] eram de um manejo». Este enunciado não seria de modo algum congruente. Ou devemos considerar em todo o caso que se trata de um modificador do nome restritivo, por serem adjetivos qualificativos? Aqui, no Ciberdúvidas, numa questão similar, atribui-se ao adjetivo neste tipo de expressão, isto é, interno ao predicativo do sujeito, a função de modificador do nome restritivo.
O certo é que existem muitas expressões análogas, como por exemplo, «Este é um homem de um prestígio enorme» ou «enorme prestígio». Nesta, pode-se retirar, sem perda de sentido, o adjetivo qualificativo: «Este é um homem de prestígio». A palavra «prestígio» tem, neste caso, valor semântico suficiente para assegurar a gramaticalidade do enunciado. No caso em apreço, com a palavra «manejo», porém, parece-me não estar assegurada a mesma condição.
Outro exemplo em que o adjetivo é essencial: «Esta lata é de abertura fácil». Ou, ainda: «Este assunto é de grande importância». Pergunta-se «De que tipo de abertura é esta lata?/Qual o tipo de abertura desta lata?». Resposta: «Fácil».
Aplicando à frase inicial: «Como é o manejo de todos estes instrumentos?» Resposta: «Laborioso e lento», sendo que o que a pergunta realmente quer saber e que os adjetivos exprimem é «o modo como se manejam».
Obrigada!
O verbo passar com complemento oblíquo
«Passou a tarde na sala de jogos.»
Qual a função sintática de "na sala de jogos"? Complemento oblíquo ou modificador do grupo verbal?
O artigo definido e coordenação em «a ansiedade e stresse predominam...»
«A ansiedade e stresse predominam na sociedade hodierna.»
A frase está errada, porque necessita do vocábulo o antes de stresse?
A minha dúvida é a seguinte: não se pode considerar que há elipse do o?
Agradecido.
Complemento oblíquo em «vir com (alguma coisa/alguém)»
Na frase «depois chegou o amor: veio com a liberdade», o segmento «com a liberdade» é um complemento oblíquo?
Pronome e oração relativa na expressão «alguém de que gosto um dia»
Sobre a frase «Espero poder tornar-me alguém de que gosto um dia», disseram-me que está incorreta, mas não percebo a razão.
Perguntei a alguns portugueses se lhes soava poética ou estranha. Uns disseram que "de quem gosto" soava melhor e outros "de quem goste".
Analisemo-la um pouco melhor. Dividirei a frase em duas partes: "Espero poder tornar-me alguém" e "Alguém de que gosto".
Como vedes, omitirei "um dia", pois não penso que mudará a frase completamente.
Podemos dizer que a segunda parte tem um "adjectivo" ("de que gosto") e pode ser substituído por um outro adjectivo (por exemplo, "agradável").
Quanto à primeira, "Espero" influencia "poder tornar-me", mas não parece influenciar directamente "alguém". Quem desempenha essa função é "tornar-me". Podemos dizer "Espero poder tornar-me alguém agradável" ou "Torno-me alguém de que gosto", penso eu.
O que quero dizer é que, em "Espero poder tornar-me alguém de quem goste", "Espero" parece harmonizar toda a frase. Mas em "Espero poder tornar-me alguém de que (ou de quem) gosto", "tornar-me alguém" passa a influenciar "de que gosto". Portanto não penso que a frase «Espero poder tornar-me alguém de que gosto um dia.» esteja incorrecta, se o que digo faz sentido.
Estou um pouco confuso e gostava duma explicação mais aprofundada.
Agradeço-vos o serviço!
Os estrangeirismos chafing dish e réchaud (hotelaria)
Qual seria a melhor tradução para o termo chafing dish?
Procurando inicialmente em catálogos e fornecedores parece haver um certo consenso de que o termo utilizado é réchaud, mas tenho algumas reservas em utilizar a palavra quando esta não aparece no dicionário. Pelo levantamento de respostas entre amigos, as mais populares foram réchaud, «banho-maria» e até mesmo chafing dish.
Um aspeto curioso é que muita gente mencionou um «outro termo na ponta da língua» do qual ninguém se foi capaz de lembrar. O dicionário também refere rescaldeiro, mas esse termo nunca foi utilizado quando mostrei as imagens. Embora nem sempre a sabedoria popular seja a correta, o facto de ninguém em hotelaria ter ouvido este termo apenas aprofunda as minhas dúvidas.
Algum esclarecimento?
Antecipadamente grata pela vossa resposta
A construção «depois de na segunda-feira»
Queria saber se uma expressão que eu vejo muito é especificamente de Moçambique ou é um erro ou dito.
A expressão combina as palavras de e na.
Aqui está um exemplo: «depois de na segunda-feira».
Sei que isso é estranho no Brasil, mas já achei alguns artigos de português europeu que usam (raramente) a expressão também.
Minúsculas, nomes de religiões e siquismo
Segundo o antigo Acordo Glossário Aquiliniano, Ortográfico, como deverão ser grafados os nomes de religiões?
Por exemplo: «O Hinduísmo é uma religião professada...» ou «O hinduísmo é uma religião professada...»? «A Religião Católica», «A religião Católica» ou «A religião católica»?
Em relação ao termo "S/sikhismo», é correto o seu uso?
Antecipadamente grata.
A palavra namastê
O termo sânscrito "namaste" tem equivalente na nossa língua?
Vê-se, por vezes, escrito "namastê", mas tal está correcto?
Antecipadamente grata.
A consulente escreve de acordo com a norma ortográfica de 45.
