Transcrevemos o que sobre a expressão «tirar o cavalo (ou cavalinho) da chuva»1 se regista no livro A Casa da Joana (de Reinaldo Pimenta, Rio de Janeiro):
«No interior, o meio de transporte mais utilizado é o cavalo. Além de não enguiçar nem parar por falta de combustível, o cavalo tem a vantagem de deixar clara a intenção do visitante na chegada. Se ele amarra o bicho à frente da casa, sinal de permanência breve; se ele leva para um lugar protegido da chuva e do sol, pode botar água no feijão, o moço vai demorar. Na primeira hipótese, acontecia às vezes o anfitrião pegar gosto na prosa. Quando a visita ameaçava se levantar para partir, o dono da casa dizia: “Pode tirar o cavalo da chuva”, ou seja, pode levar sua montaria para um local abrigado, que você ainda vai demorar. Depois o sentido da expressão se ampliou para desistir de um propósito qualquer, e para muita gente o cavalo ganhou um diminutivo irónico e virou cavalinho.»
1«Tirar o cavalo (ou cavalinho) da chuva» significa «desistir de um intento», «abandonar pretensões», «furtar-se a responsabilidades», «perder as ilusões»
cf. Rir de nós próprios: 18 expressões portuguesas que não fazem sentido nenhum.