Não existe um modelo ou uma norma única para a redação de um curriculum vitae. Relativamente à pessoa e ao tempo verbal, parece-me recomendável o uso da terceira pessoa do singular do pretérito perfeito e/ou o uso do particípio passado, conjugado(s) com o presente do indicativo, consoante se refiram a factos passados ou presentes. Ou, em alternativa, a utilização da primeira pessoa do singular do pretérito perfeito, conjugada com a mesma pessoa do presente do indicativo. É também possível, em algumas situações, a utilização do infinitivo impessoal, como acontece com o Modelo Europeu (CV Europass). Tenderia a rejeitar por inadequado, apesar da formalidade do documento, a primeira pessoa do plural, que daria ao mesmo um ar demasiado pomposo, acabando, de algum modo, por subverter o uso normal do plural majestático, utilizado como forma de modéstia. Note, porém, que, mais do que a escolha da pessoa ou do tempo do verbo, e eles podem alternar e conviver harmoniosamente, o curriculum vitae terá sobretudo de possuir coerência interna e de se adaptar à função ou lugar em causa.
Por último, o curriculum vitae, sendo um documento de carácter pessoal, não deixa de ser também um documento técnico, ou até mesmo técnico-científico, uma vez que segue modelos e normas de elaboração e estruturação. Ultimamente, e em virtude da maior circulação de pessoas no espaço europeu em programas de ensino e formação, em estágios profissionais, ou até mesmo na procura de emprego, tem-se generalizado o chamado CV Europass.