Sei que a palavra cor não é acentuada graficamente. Porém, parece-me que isso é incompreensível, já que uma das regras de acentuação gráfica em Português recomenda, especificamente, que se acentuem algumas palavras que, sem o acento, seriam homógrafas de outras, como pêlo, cantámos, pólo, pôr, etc. Uma vez que existe a palavra cor (com o aberto), por que razão o substantivo cor (com o semiaberto) foge à regra de acentuação gráfica?
Não é bem como diz, mas o contrário. Na Base XXII da norma portuguesa (e Lei 5765 brasileira) não se acentuam as homógrafas heterofónicas como pega ¦ê¦ (ave) e pega ¦é¦, forma verbal. Da mesma forma, não se acentuam cor ¦ô¦ (impressão) e cor ¦ó¦ (coração, base da locução «de cor»).
Os exemplos que apresenta – «cantámos, pêlo, pólo, pôr» – estão considerados nas normas taxativamente como excepções.
Aliás, no Brasil não se acentua cantámos (no pretérito). No novo acordo, o acento em cantámos será opcional, e {pelo}, {polo} nunca terão acento. Pôr manter-se-á com acento, dada a sua frequência de utilização, para evitar confusão com por, igualmente frequente na língua.
Ao seu dispor,
