DÚVIDAS

Expressões adverbiais e o uso da vírgula

   Tenho algumas dúvidas sobre a utilização da vírgula em algumas expressões adverbiais. Em particular, não sei até que ponto a entoação que se quer conferir à frase pode ser um factor determinante para a introdução ou não da vírgula. Por este motivo, gostaria de pedir a vossa opinião sobre o uso da vírgula nos seguintes exemplos:

   (1) Podemos, efectivamente/com efeito, concluir que...
   (2) Podemos concluir, efectivamente, que...
   (3) Efectivamente, podemos concluir que...
   (4)Podemos, assim, concluir que...
   (5) Podemos, de certo modo, dizer que...
   (6) Ele é, provavelmente, o melhor aluno.
   (7) Os nórdicos são, em geral, altos.

Resposta

Relativamente à virgulação dos advérbios, Sá Nogueira é taxativo: «Os advérbios pospõem-se em regra aos verbos, mas também podem antepor-se, e, quer num caso quer no outro, nunca se separam por vírgulas, a não ser quando haja alguma intercalação».

Não serei tão peremptória, mas os advérbio de modo terminados em -mente sistematicamente colocados entre vírgulas quebram a sequência da frase e podem prejudicar a sua clareza.

Tirando dois ou três casos, a obrigatoriedade da vírgula não é regra que não admita excepção. Quem escreve é que sabe onde quer pôr mais expressividade, como pode exprimir mais claramente as suas ideias. Nos exemplos que apresenta, pode sempre prescindir da vírgula (excepto para separar as palavras ou expressões de teor intercalado ou explicativo com efeito; assim; de certo modo; em geral). Depende do contexto, do ritmo do discurso, do estilo do autor.

ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa