DÚVIDAS

"Firewall" / antepara / corta-fogo, de novo

No vosso artigo “Firewall” / antepara / corta-fogo advoga-se o uso do termo "corta-fogo" como possível tradução do verbete "firewall" de uso generalizado no vocabulário da segurança informática.
Sendo eu próprio um profissional desta área, e muito embora me afaste do clube dos que preferem o nacionalismo à clareza e à portabilidade dos termos, sou firme defensor de que mais vale tradução nenhuma do que uma
má tradução. Assim sendo, venho exprimir as minhas reservas quanto ao uso do termo, e que são como segue:
A acepção corrente de "firewall" vai no sentido de esta constituir uma "barreira de fogo" que impede certo tráfego de penetrar através dela. A "firewall" não serve para evitar o fogo, mas é ela própria uma parede de chamas que defende quem com ela se protege.
Assim, embora se possa advogar que, visto por outro prisma, "corta-fogo" faça sentido (protege quem está cá dentro do fogo que vai lá fora...), creio ser possível encontrar traduções mais felizes e que não distorçam o sentido da palavra.
Quanto á "antepara", não lhe levanto a mesma objecção, mas acho a palavra tão feia, tão genérica e tão pouco evocativa que não me parece que venha a colher grande aceitação.
Permito-me sugerir que se procure um termo mais evocativo, mais figurativo, mais em linha com o pensar e o sentir que rodeia a segurança:
qualquer coisa no sentido de "muro", de "fronteira", de "controle"; "fosso" não serve, mas talvez "barbacã", ou até "muralha"...
A vós, que destas coisas sabeis tanto, vos deixo o desafio de retomar o assunto!

Resposta

No campo da informática, o sentido do termo inglês "firewall" aproxima-se muito do das expressões «barreira de segurança» ou «controlo de segurança», pelo que qualquer uma delas é uma tradução correcta do termo. Poderia também usar-se o termo «filtro de segurança», embora este esteja relacionado apenas com uma das formas de desenvolvimento de "firewalls", a qual se baseia em impedir determinados "pacotes" (o tráfego na rede é dividido em partes a que se chamam "pacotes”). Hoje em dia a maioria dos "firewalls" (repare-se que o nome tende a ser mais usado com o género masculino do que com o feminino) utiliza outras técnicas, pelo que esta adaptação é desaconselhável.
A maioria dos técnicos utiliza a designação inglesa por uma questão de mais rápida compreensão.

P.S. Agradeço as informações dos eng.os informáticos Luís Mota e Fernando de Vasconcelos.

ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa