DÚVIDAS

Grafia e pronúncia

Já ouvi falarem aqui no Rio Grande do Sul de uma tal APOI (Associação Pró-Ortografia Independente) que tem uma proposta de reforma ortográfica que deseja uma correspondência plena entre a grafia e a pronúncia (um só som para cada letra). Acho muito boa pois: a) facilita a alfabetização; b) facilita o ensino a estrangeiros; c) embora a ortografia deixe de ser basicamente etimológica, a etimologia permanece perceptível na grafia (uísque todos sabem que provém de whisky); d) torna o português mais racional do que a ortografia inglesa; e) torna-a fácil ensiná-la às crianças. As regras de acentuação são racionais e depuradas. Por quê? Porque foram criadas por planejamento, como o são as línguas planejadas.

Resposta

Em teoria, tal correspondência plena é boa, mas extremamente difícil quando forja divergências na pronúncia não só entre os países (Portugal e Brasil, designadamente), mas também entre as regiões (sobretudo no Brasil, devido à sua extensão). Contudo, há línguas em que isso sucede, ou porque são muito homogéneas (como o romeno), ou por imposições duma fala-padrão, que despreza as variantes ortoépicas.

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