Em português existem dois infinitivos: o impessoal, que não tem sujeito porque não se refere a uma pessoa gramatical; o pessoal, que tem sujeito próprio e pode ou não ser flexionado.
É grande a controvérsia acerca do emprego das formas do infinitivo pessoal.
Segundo Celso Cunha e Lindley Cintra, «...os escritores das diversas fases da língua portuguesa nunca se pautaram (...) por exclusivas razões de lógica gramatical, mas (...) por ponderáveis motivos de ordem estilística, tais como o ritmo da frase, a ênfase do enunciado, a clareza da expressão».
Preferem, assim, aqueles autores, falar de tendências, não de regras, no uso desta forma de infinitivo. Enumeram as seguintes situações:
1. Quando o sujeito está claramente expresso: «É estranho tu não entenderes o que ele diz»;
2. Quando se refere a um agente não expresso: «Penso que é melhor não "fazermos" nada»;
3. Quando, na 3.ª do plural, indica a indeterminação do sujeito: «Ele saiu de casa para "poderem" fazer obras».
A opção depende, pois, do que se quer pôr em evidência (a acção ou o seu agente), nela pesando mais os aspectos estilísticos do que os gramaticais.