O que pretende saber é a aplicação de próclise (colocação do clítico/pronome antes do verbo) em Português. Assim, apesar de a ênclise ser a posição normal na gramática do Português Europeu, há, no entanto, situações que atraem a próclise como acontece com os operadores de negação frásicos e sintagmas negativos (ou seja, em todas as formas de negação e sempre que esteja presente alguma forma de advérbio de negação), como em 'O João não me telefonou', 'O João chegou sem me avisar' ou 'Ninguém o demoveu'. No caso do seu exemplo, o correcto/correto é, pois, «...para não o fazer...»
Não se trata, portanto, no caso que expôs, da presença ou ausência de subordinação, mas da presença de advérbios de negação.
Quanto aos pronomes implicados, estes são designados de clíticos e podem ser reflexos e não reflexos. E são eles:
| |
Pessoas gramaticais |
Clíticos não-reflexos |
Clíticos reflexos |
| |
Acusativos |
Dativos |
Acusativos/Dativos |
| 1.ª sg. |
me |
me |
me |
| 2.ª sg. |
te |
te |
te |
| 3.ª sg. |
o/a |
lhe |
se |
| 1.ª pl. |
nos |
nos |
nos |
| 2.ª pl. |
vos |
vos |
vos |
| 3.ª pl. |
os/as |
lhes |
se |
(Informação retirada da Gramática da Língua Portuguesa, de Maria Helena Mateus et al.)