«Razão de ordem» (política, económica, religiosa, jurídica, cultural, pessoal, profissional, etc.) é uma estrutura legítima, se a «razão de ordem» se seguir o tipo de ordem a que se refere (tal como se pode verificar pelos exemplos entre parêntesis), uma vez que designa «motivo de caráter/cariz/natureza». Sem a indicação do tipo de ordem/caráter/cariz/natureza/teor, a estrutura fica incompleta. Por exemplo:
«O João evocou razão/razões de ordem familiar para não aceitar o cargo.»
Tendo em conta o contexto da frase que nos apresenta — «A escassez do leite e outros bens essenciais era razão [...] naquele tempo» —, parece-nos que a expressão «razão de monta» seria a adequada, uma vez que é a que se encontra registada com o sentido com de «aquela que pesa, que convence, que faz pensar» (Guilherme Augusto Simões, Dicionário de Expressões Populares Portuguesas, Lisboa, Perspetivas e Realidades, 1984, p. 357).