DÚVIDAS

«Rua de Camões»

Tem algum sentido dizer-se “rua de Luiz de Camões”, se a rua não pertence a Luiz de Camões. Não seria preferível escrever-se “rua Luiz de Camões”. O que está a fazer a palavra “de”? Qual a lógica de “rua de Angola”, se o nome da rua é somente “Angola” e não “de Angola”?

Continuando com o uso (a meu ver indevido) da palavra “de”, porque razão se permite haver “de”, “da” e “e” entre os vários nomes de uma pessoa? Se o “de” faz parte do nome deverá ser escrito com maiúscula (De), de não faz parte do nome, não deve aparecer.

Resposta

As línguas não reflectem apenas a lógica e a racionalidade. Tal como a vida humana, as línguas são complexas e reflectem as emoções e as subtilezas formais.

A preposição de tem uso frequente na regência do possuir ou da origem.

Ao dizermos Rua de Camões, estamos a atribuir a posse ou a referirmo-nos à origem da denominação. É, portanto, uma forma de delicadeza, pois poderemos interpretar como «rua em honra de Luís de Camões», «rua em memória de Luís de Camões», etc.

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