DÚVIDAS

Sobre a abreviação

Tenho-me debatido, ao estudar os processos de neologia, com algumas dúvidas acerca da inclusão ou não da abreviação como um processo neológico. Empiricamente, parece-me evidente, mas o termo não aparece especificado na TLEBS, o que me faz estar relutante quanto à sua utilização. De uma forma geral, as novas edições das várias gramáticas disponíveis em Portugal continuam a falar de abreviação ou redução de palavras, bem como já li, também, truncação. Portanto, deve-se continuar a entender as palavras abreviadas como constituintes da neologia? Muito obrigado.

Resposta

Primeiro que tudo, um pedido de desculpa pela morosidade desta resposta. Quanto à dúvida que levanta, na TLEBS não há, de facto, referência ao termo abreviação, nem a abreviatura. Julgamos que ele será incluído, aquando da revisão da lista de termos, integrando, provavelmente, o domínio da Representação gráfica da linguagem oral. Contudo, tem toda a razão em relação à importância de explorar este termo e respectivo conceito no contexto da neologia. Nas gramáticas que já integram alterações introduzidas pela TLEBS, a referência a abreviação ou redução de palavras como um processo neológico é apresentada com recurso a exemplos que justificam, em absoluto, um trabalho sobre este assunto com os alunos. Consultei também o Prontuário Actual da Língua Portuguesa (2005), que tem co-autoria de uma especialista da língua ligada à experimentação da TLEBS, a professora Olívia de Figueiredo. Lá podem ser encontrados exemplos que mostram como, na categoria abreviação, a abreviatura, enquanto truncação de palavras ou grupos de palavras, se pode constituir num produtivo processo neológico. Quem mais do que nós e os alunos ouve e usa o “setor” e a “setora” que vieram para ficar? Espero ter contribuído para o esclarecimento.

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