Como fica a questão das palavras com dupla ortografia aceitas hoje e que não estão previstas no acordo ortográfico?
Por exemplo: próton/prótão, aluguer/aluguel, louro/loiro, cabina/cabine, camioneta/caminhoneta, etc.
Seguindo o "espírito" do novo acordo, entendo que posso utilizá-las em qualquer de suas grafias. Estou enganado?
Como fica o caso de palavras como "pronto-socorro" e "pronto-atendimento"?
Segundo o que já ouvi falar, no Brasil têm sido tomadas medidas para que o gerúndio deixe de ser usado nos casos em que, no português europeu, este é substituído por «a + infinitivo», ou seja, os brasileiros deixariam de escrever e pronunciar «eu estou trabalhando» em troca de «eu estou a trabalhar» como em Portugal. Gostaria de saber se isso é verdade, pois isso seria um grande passo para a unificação "de facto" da língua portuguesa, não só a nível ortográfico.
Por outro lado gostaria de saber se os portugueses poderão continuar a escrever recepção, óptica, decepção ou aspecto, quando o acordo ortográfico entrar definitivamente em vigor, pois os pês e os cês que se escrevem nestas palavras e que são mudos em Portugal pronunciam-se no Brasil.
Gostaria de saber se com a reforma ortográfica permanecem as diferenças nas grafias de: "à-toa" (adjetivo) e "à toa" (advérbio); "dia-a-dia" (substantivo) e "dia a dia" (advérbio).
Aproveito para perguntar se as seguintes palavras perderão não só o acento agudo, mas também o hífen: "pára-quedas", "pára-lama", "pára-choque", "pára-brisa" e "pára-raios".
Mais uma pergunta suscitada pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP).
Se bem entendo, o Acordo Ortográfico de 1990, o Acordo Ortográfico de 1945 e o formulário brasileiro de 1943 estabelecem que a letra h só se usa: (i) no início de certas palavras por razões etimológicas (eg. habitar) (ii) no final de algumas raras palavras (eg. ah) e (iii) e nos dígrafos ch, lh e nh.
Assim sendo, gostaria de obter um comentário de um consultor do Ciberdúvidas sobre o fato de o VOLP brasileiro (tanto a recentemente publicada 5.ª edição como a 4.ª edição estão disponíveis em linha) incluir a palavra «bahia s. f.».
Isto está correto? (Assinalo que se trata de palavra com inicial minúscula e não é portanto o nome "tradicional" da cidade da "Bahia".)
Qual a grafia correcta: "electrosserra", ou "electro-serra"?
Obrigada.
Gostaria de saber se o apelido "Férrinha" tem ou não acento. É que por norma uso frequentemente este apelido no dia-a-dia e tenho visto escrito das duas formas (com e sem acento). E já agora gostava que a questão levasse em consideração o novo acordo ortográfico em vigor.
Muito obrigado pelo esclarecimento e pelo excelente trabalho deste sítio em prol da tão maltratada língua portuguesa.
O Acordo Ortográfico, de forma muito incisiva ou visceral, diz suprimir "inteiramente" o trema das palavras em língua portuguesa. Observamos tom severo quando o Acordo estabelece: «O trema, sinal de diérese, é inteiramente suprimido em palavras portuguesas ou aportuguesadas. Nem sequer se emprega na poesia, mesmo que haja separação de duas vogais que normalmente formam ditongo: saudade, e não saüdade, ainda que tetrassílabo; saudar, e não saüdar, ainda que trissílabo; etc.» Quer dizer nem mesmo no campo da poesia, terreno fértil da escrita e reescrita critiva do texto, o trema é aceito. Todavia, quando chega aos nomes próprios, isto é, o respeito às propriedade privada, no contexto de dominação político-econômica, suaviza assim: «Conserva-se, no entanto, o trema, de acordo com a Base I, 3.º, em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: hübneriano, de Hübner, mülleriano, de Müller, etc.» (Base I, 3.º, do Acordo); ou mais adiante reafirma ainda: «Conserva-se, no entanto, o trema, de acordo com a Base I, 3.º, em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: hübneriano, de Hübner, mülleriano, de Müller, etc.» (Observação, Base XIV, do Acordo).
Não são dois pesos e duas medidas para um Acordo que se propõe a tratar os desiguais (falantes ) como sendo iguais (cultura lusófona)?
Como português fiquei envergonhado. Temos de ser isentos e admitir. Bechara está inventando um novo acordo ortográfico com muita habilidade, mas ele tem razão em tudo. Presto a minha homenagem...
Com o tempo verifiquei que muitas das dificuldades do acordo ortográfico resultam de este estar incompleto. E ele está omisso porque a parte brasileira confiou na coerência e racionalidade do atual sistema português e não aprofundou. Eu não gostava do passado sistema brasileiro, mas ele era de regras relativamente simples e coerente. O mesmo não se pode dizer do atual sistema português. Acreditem ou não, apesar de toda a boa vontade notória brasileira, ele está a levar os gramáticos brasileiros à loucura... Vou deixar a conjugação de alguns verbos tirados do Priberam online. Eles dizem tudo...
Conjugação do verbo arguir (presente do indicativo)
arguo
argúis
argúi
arguimos
arguis
argúem
Conjugação do verbo construir (presente do indicativo)
construo
constróis
constrói
construímos
construís
constroem
Conjugação do verbo arguir (pretérito perfeito do indicativo)
argui
arguiste
arguiu
arguimos
arguistes
arguiram
Conjugação do verbo construir (pretérito perfeito do indicativo)
construí
construíste
construiu
construímos
construístes
construíram
Pela nova ortografia, escreve-se "autossuficiente", certo?
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