Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Variedades linguísticas
Uriel Serna Funcionário de escritório Cidade do México, México 2K

Eu sempre [soube] que o ditongo õe se pronuncia nos padrões europeu e brasileiro como um ditongo /õj/, mas um dia vi que o Instituto Camões registra a pronúncia deste ditongo como um monotongo [õ] na sua página de Internet.

É por esta razão que solicito a sua ajuda, a fim de esclarecer esta questão.

Obrigado.

Antonio Cabral Reformado São Brás de Alportel, Portugal 2K

Qual o significado da exclamação «e vai roupa!»?

Continuação de bom trabalho em prol da língua portuguesa.

Vicente de Paula da Silva Martins Professor Universitário (UVA, Brasil, Ceará, Sobral) Sobral, Brasil 2K

Ao longo da releitura de Capitães da Areia (edição de 1937), de Jorge Amado, deparei com esta construção: «– Tú não pode passar um dia sem bater coxas com esta bruaca, não é? Tú vae acabar tútú..» (CA, 1937, p.92). O que intrigou aqui foi a acepção para "tutu". Das quatro possibilidades de sentido para "tutu" (sem tantos agudos), nenhum se encaixa perfeitamente ao que espero do contexto. Qual o sentido para "tutu" no caso em tela?

Joaquim Avelino Júnior Professor Limeira, Brasil 6K

Como se dá a classificação dos termos que compõem construções como «dar-se-vos-á», «abrir-se-vos-á», «abrir-se-lhe-á», encontradas no Evangelho de Lucas, capítulo 11, versos 9 e 10: «Pedi, e dar-se-vos-á»; «buscai, e achareis»;«batei, e abrir-se-vos-á»; «Porque qualquer que pede recebe»; «e quem busca acha»; «e a quem bate abrir-se-lhe-á»?

Sei que se trata de mesóclise, porém, a dúvida que fica é: em «dar-se-vos-á» («será dado a vós»), «abrir-se-vos-á» («será aberto a vós»), «abrir-se-lhe-á» («será aberto a ele») porqu o uso dessa partícula se? Como ela se classifica no contexto?

Obrigado.

Rodrigo Vasconcelos Advogado Belo Horizonte, Brasil 7K

O correto é dizer «deixei à Joana recado à Maria», ou «deixei com a Joana recado à Maria»?

Eu poderia dizer, simplesmente, que deixei recado à Maria, mas quero explicitar a quem incumbi de transmitir à Maria o recado que lhe deixei. Aqui, no Brasil, dizemos, comumente, «deixei com a Joana recado à Maria», mas acredito que esta forma não seja adequada à norma padrão do português, seja brasileiro, seja europeu, pois quem deixa algo o deixa a alguém, e não com alguém, salvo melhor juízo.

Procurei exemplos em corpos linguísticos (prefiro esta forma ao plural latino corpora: é tradução correta?) do português, mas encontro sempre «deixar recado a alguém», sem que se explicite a/com quem se deixou o recado a outrem.

Luís Varela Controlador de qualidade Porto, Portugal 10K

Surgiu uma controvérsia em torno da expressão «tá-se bem», a que, por curiosidade, fui dar num site de conjugação de verbos onde me surgiu o verbo "estar-se". Está todo conjugado e parece-me correcto, embora tenha dúvidas se tal pode ser chamado de verbo. Apesar da dúvida, penso que se trata de assuntos diferentes.

Portanto, no primeiro caso a dúvida é se o correcto é "tá-se", ou "tasse". No segundo caso, se existe este verbo e se o se é um pronome pessoal reflexo que depois nas diferentes conjugações se ajusta ao sujeito.

Desde já agradeço a ajuda que possa receber.

Pedro Múrias Jurista Lisboa, Portugal 27K

Pode dizer-se «duzentos cinquenta», «quinhentos cinquenta», etc., ou tem de dizer-se «duzentos e cinquenta», «quinhentos e cinquenta», etc.? Há alguma regra que explique a presença do «e» em «vinte e quatro» e a sua ausência em «vinte cinco»?

Vicente de Paula da Silva Martins Professor Universitário (UVA, Brasil, Ceará, Sobral) Sobral, Brasil 2K

Durante a releitura de Capitães da Areia, do escritor brasileiro Jorge Amado, deparei-me com a palavra treita no seguinte contexto:

«– Tu vai longe, menino. Tu pode enricar com essas treitas» (Capitães da Areia, 2008, p. 45).

Fiquei com a dúvida quanto à acepção da palavra treita no contexto acima e a consulta ao dicionário me levou à palavra treta ou, insistindo na busca do significado, «à treita». No contexto dado, treita, assim ditongada, será alteração fonética de treta com sentido de «ação que se vale de astúcia; ardil, estratagema, manha» (Houaiss, 2009)?

Rita Machado Portugal 4K

A minha dúvida está relacionada com a pronuncia do R, pois tenho reparado que algumas pessoas pronunciam o R no início das palavras de forma diferente, pronunciando-o quase como o R em cara, e não tão carregado como se estivesse a arranhar a garganta. Porquê?

Outra dúvida é se essas diferenças são devido a sotaques específicos do local em questão, ou se é devido a outro fator, como a forma que a pessoa diz a palavra. É uma dúvida que tenho e gostaria imenso de ver esclarecida.

Obrigada.

João Carlos Amorim Reformado Lisboa, Portugal 5K

A propósito da alusão à popular «alma até Almeida», no Pelourinho A "intensão" da SIC, assinado por Domingos Lopes, gostava de saber a origem da expressão «alma até almeida».