DÚVIDAS

Erros e disparates na TV I

Na SIC [canal privado de televisão, em Portugal] tive recentemente o desprazer de constatar dois erros relevantes que traduzem a incúria com que é tratada a nossa língua, enquanto se dedicam reportagens a temáticas nobres como o insucesso escolar dos nossos filhos ou a incultura geral dos nossos conterrâneos. Estas são infelizes verdades, mas cumpre aos órgãos de comunicação social um extremo cuidado em não deixar passar para o público erros imperdoáveis . Os dois que denuncio são gritantes, veja-se: Passam anúncios de perfume e desodorizante doméstico onde a frase repetida à exaustão é «... a sua "fragância"»... E o que é mais grave, num filme legendado em português, longa metragem sobre uma condessa qualquer... pude ler sem qualquer emenda a tradução de "countess" para ... 'condensa'...(!) Ler esta palavra tantas vezes, deixou-me indignada e, naturalmente...tensa (passe a alusão a uma SICOMÉDIA antiga).

Resposta

O barbarismo da "fragância", de tão repetido, já levou o Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa a caucioná-lo, como, de resto, a muitos outros disparates que lá estão registados e não deviam estar. É como essoutro despropósito agora tão recorrente da «tragédia "humanitária"»: de tantas vezes repetido pelos jornalistas ignorantes, não surpreenderá que, daqui a uns tempos, o Prof. Malaca Casteleiro registe o significado do adjectivo no seu novo e abstruso significado...

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