«Greve para os transportes!»
A língua portuguesa sempre (?) teve palavras homógrafas cuja pronúncia se entende pelo contexto. «O meu clube tem sede em Lisboa e tem sede de vitórias.» Mas o novo AO, ao abolir o acento na palavra pára, faz com que eu, quando escrevo ao abrigo deste acordo, fuja dessa palavra como o diabo da cruz! Muitas das frases é preciso ler duas ou três vezes para ter a certeza se se quer dizer /pára/ ou /pâra/, mas outras é mesmo impossível! Não creio que seja só falta de hábito: são duas palavras frequentíssimas na língua portuguesa e tê-las homógrafas exponencia a probabilidade de tornar frases ambíguas ou de difícil compreensão. Foi com certeza por essa razão que tiveram o bom senso de não eliminar o acento diferenciador da palavra pôr... Emendar um AO há de ser difícil, mas não pode ser uma tarefa hercúlea! Ainda há 3 ou 4 décadas, sei que aboliram o acento de ràpidamente por ser desnecessário e não precisaram de um novo AO para isso! Afinal, quem tem autoridade para propor revisões pontuais ao Acordo agora vigente?
