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«Assestar baterias» (e não «“cerrar” baterias»)

 

 «[…] o PSD cerrou baterias e não tem poupado o Tribunal Constitucional desde o  último acórdão».

Governo Sombra, TSF, 14 de junho de 2014, 10h53

No meio de uma conversa com algumas metáforas bélicas aplicadas à situação política portuguesa, usando termos como cerco, cercado, sitiado e atacante, passou sem reparo a expressão «cerrar baterias» dita por João Miguel Tavares, um dos participantes no programa de debate da TSFGoverno Sombra. Na verdade, a expressão mais correta seria de duas uma: ou «cerrar fileiras» ou «assestar baterias»; «cerrar baterias» é que parece menos próprio. Cerrar é, naquele contexto, «unir, juntar as fileiras de um exército para travar o inimigo». Ou seja, o PSD cerrou fileiras contra o Tribunal Constitucional (TC). Assestar é «apontar» e, no caso, «assestar baterias» é «dispor um conjunto de bocas-de-fogo contra um inimigo». Isto é, o PSD assestou baterias – direcionou as suas críticas – contra o TC.

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