DÚVIDAS

ARTIGOS

Antologia // Portugal

Cantar em que a língua fala


Cantei nos Cantares de Amigo,
cantando, a Pátria nasceu;
Portugal floriu comigo
quando a poesia cresceu.

Ai flores, ai flores dos Cancioneiros,
oh graça e sorriso dos poemas primeiros!

Ondas do mar me embalaram,
tanto andei a navegar,
que nos meus ritmos ficaram
íris e longes do mar.

Lusíadas, doce trombeta canora
Que Deus abençoa, que Vénus enflora!

Fui, da praia do Ocidente,
correr o mundo, e cresci:
na Terra inteira flori,
sou verbo de toda a gente.

Ó terras do mundo aonde canto em flor,
cantai minha glória, dizei meu amor!

Fonte in Revista de Filologia Portuguesa, S. Paulo, ano II, n.º 18, pp. 102-103
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