A rubrica Nosso Idioma divulga uma crónica, saída no jornal i, em que Wilton Fonseca surpreende no discurso político português um caso de sintaxe com duplo sentido, capaz de afetar a interpretação da expressão idiomática «lavar as mãos». Fugindo à ambiguidade e aos mal-entendidos, o consultório propõe distinguir cognome de epíteto e definir a função sintática de bem em «fazer bem a alguém». Outros tópicos abordados nas novas respostas: o topónimo Fundão, o aumentativo corpanzil, a expressão «andar à lebre», o etnónimo caingangue e a construção «nada de importante».
Ainda à volta do léxico, lembremos um dicionário que há mais de uma década gerou acesa polémica: referimo-nos ao Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, que a Academia das Ciências de Lisboa publicou em 2001. Para tanto, do fundo do extenso arquivo do Ciberdúvidas, recuperemos para nova leitura um artigo da autoria do nosso saudoso consultor Fernando Venâncio Peixoto da Fonseca (1922-2009), e, no meio de milhões de páginas da Internet, fixemos a nossa atenção na resenha que, na perspetiva brasileira, o linguista John Robert Schmitz dedicou em 2007 a esta obra da lexicografia portuguesa.
Assinalamos com pesar o desaparecimento de Manoel de Barros (1916-2014), poeta brasileiro que, sobre o seu trabalho, dizia: «Noventa por cento do que escrevo é invenção, só dez por cento é mentira.» Na Antologia, o autor está representado por dois poemas sobre o tema da linguagem poética. Para saber mais sobre a sua vida e obra (a sua «desbiografia»), propomos o documentário Só dez por cento é mentira, que Pedro Cezar realizou em 2010.
Os programas Língua de Todos (RDP África, dias 14, às 13h15*, e 15/11, depois do noticiário das 9h00*) e Páginas de Português (Antena 2, dia 16/11, depois das 17h00*) evocam os 50 anos da publicação do livro Luuanda, do angolano Luandino Vieira, e o que passou a simbolizar na nova literatura africana de língua portuguesa.
* Hora oficial de Portugal continental, ficando também disponível via Internet, nos endereços de ambos os programas.
A Ciberescola da Língua Portuguesa e os Cibercursos dão acesso a recursos para o ensino-aprendizagem do português (língua materna e língua não materna), além de organizarem cursos individuais para alunos estrangeiros (Portuguese as a Foreign Language). Informações no Facebook e na rubrica Ensino.