Entre as características inconfundíveis do português, vêm de imediato à ideia os ditongos nasais, velhos conhecidos de quantos o estudam como língua estrangeira. Mas há outros aspetos que também lhe conferem personalidade, como sucede com o contraste entre vogais abertas e fechadas, muito raramente assinalado na ortografia quando se trata da sílaba tónica das palavras graves; lembremos tola, grafia partilhada por dois vocábulos diferentes (homógrafos): diz-se "tôla", para qualificar a pessoa que é tonta ou disparatada; pronuncia-se "tóla", em referência jocosa à cabeça ou ao juízo de cada um. Outra característica bem vernácula é a resposta-eco, como réplica afirmativa a uma pergunta, dispensando o advérbio sim: «– Gostas de mim? – Gosto.» Muitas outras construções poderiam ser aqui referidas – por exemplo, «bem que», expressão usada informalmente em frases exclamativas: «Bem que podíamos continuar a falar disto!»
Tais são os tópicos em foco no consultório, numa atualização que inclui ainda, na rubrica Ensino, um texto de Wilton Fonseca sobre como, para nosso embaraço, a língua portuguesa ficou associada ao inglês numa famosa experiência didática que correu hilariantemente mal (artigo original publicado no suplemento Liv do jornal i de 30/11/2013).
Saber bem português é a proposta da Ciberescola da Língua Portuguesa com os Cibercursos, facultando acesso a materiais diversificados para apoio do ensino-aprendizagem do nosso idioma (língua materna e não materna). Assinale-se que a referida plataforma continua a aceitar inscrições nos cursos individuais de Português Língua Estrangeira (Portuguese as a Foreign Language). Mais informação na rubrica Ensino e no Facebook.
Apela-se à generosidade dos consulentes do Ciberdúvidas no sentido de prestarem contributos que ajudem a viabilizar este espaço de divulgação, informação e debate em torno da língua portuguesa, na sua unidade e diversidade. Agradecimentos antecipados.