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O nosso idioma // Mau uso da língua no espaço público

É Natal, é Natal, mas a língua leva a mal

Cinco erros recorrentes em tempo natalício

  

É Natal, é Natal! As luzes piscam, os sinos tilintam, os embrulhos encantam, os sorrisos espalham magia, a tolerância contagia.

 

Será a língua portuguesa também contagiada pelo espírito natalício?

 

1. No centro comercial havia vários Pais Natais! (e não: Pais Natal)

O plural de pai natal é pais natais. A palavra natal, neste composto, é um adjetivo, sinónimo de natalício, pelo que deve concordar em número com o nome pai. À semelhança do que acontece com terra natal, cujo plural é terras natais.

 

2. Comemos deliciosas filhós! (e não: filhoses)

O nome filhó tem como plural filhós, seguindo a regra geral de formação do plural em português: inserção de um «s» à forma do singular.

 

3. Ofereceram-nos generosas fatias de Bolos-Reis! (e não: Bolos-Rei)

O plural de bolo-rei é, de acordo com a tradição normativa, bolos-reis. A regra é a seguinte: ambos os elementos de uma palavra composta por dois nomes flexionam no plural.

 

4. No dia de Natal, o peru foi uma das deliciosas iguarias à mesa! (e não: perú)

A palavra peru não deve ser escrita com acento gráfico, porque se trata de uma palavra aguda terminada em u. As palavras agudas terminadas em u (cajumenu, tabu) e em i (javali, colibri, travesti) não precisam de acento gráfico.

 

5. Devido ao abuso dos doces, os níveis de glicemia subiram em flecha! (e não: glicémia)

A palavra glicemia é formada por intermédio de dois elementos gregos: glykýs (doce) + emia (sangue). Este segundo elemento entra na composição de várias palavras, como anemia, leucemia, toxicemia, alcoolemia. Trata-se, pois, de palavras graves, cuja sílaba tónica é a penúltima (mi), pelo que não devem ser escritas com qualquer acento gráfico

 

 

 

Cf. Doze deliciosas palavras deste Natal +  Els Caganers: a mais estranha tradição de Natal da Catalunha + O Natal de A a Z + Natal + Natal, como surgiu? Verdadeiro significado da data natalina

Fonte

artigo transcrito da edição digital da revista Visão do dia 12 de dezembro de 2018. 

ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa