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Pelourinho

"À séria" continua a matar

Desta vez foi mesmo a sério

 

«[...] Quando questionado sobre o que são estas armas de adereço, Mário Augusto explica que, “cada vez mais e na maioria das vezes, são utilizadas armas verdadeiras”. Além disso, nota, “[...] trata-se de um western e, portanto, aquelas armas são à séria”. Contudo, ressalva, “nunca estão munidas com balas” e é normalmente usada pólvora seca que “produz o mesmo barulho”. Parece só restar uma hipótese, aponta: “houve ali seguramente uma falha humana do armeiro que carregou a arma. [...]»

in Expresso de 23/10/2021 

Usar armas nestas circunstâncias e escrever-se que elas são "à séria" só mesmo por total absurdo. "À séria" é um uso desleixado próprio da linguagem informal, infelizmente recorrente na imprensa portuguesa. «A sério» é a locução adverbial  correta e devidamente dicionarizada. E foi mesmo a sério – ou seja, na verdade – que o ator norte-americano Alec Baldwin matou a diretora de fotografia da  equipa de filmagens de um western em que ele também é o produtor. Não se duvida que o fez de modo não deliberado, mas foi a sério – de facto, portanto – que a tragédia aconteceu.

 

CfFalamos à séria ou a sério?

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